Inimiga do Estado laico, Damares quer usar pandemia para pregação evangélica na família

Atualizado em 7 de agosto de 2020 às 22:23
Damares Alves, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, em discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra. 24/02/20 Fabrice COFFRINI / AFP

Publicado originalmente no Paulopes:

Por Paulo Lopes

A ministra Damares Alves está elaborando um guia para “fortalecer os vínculos conjugais” neste momento de suposta tensão na família por causa da quarentena.

Obviamente trata-se de uma tentativa de a ministra, fundamentalista evangélica que é, se imiscuir nas famílias brasileiras, com seus valores arcaicos, como o de que casal só pode ser considerado com tal se for formado por um homem e uma mulher.

Mas alguém está atento para a artimanha de Damares. É o subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Constas da União), Lucas Roca Furtado.

O subprocurador pediu que a procuradora-geral, Cristina Machado, envie uma petição à ministra para que ela exponha os motivos para a elaboração do tal guia e que orientação pretende divulgar. Que Jesus é a salvação?

Para Furtado, há o “risco de utilização da máquina pública movida por opiniões pessoais, e não em prol do interesse público, em possível caso de desvio de finalidade”.

Eu diria que não há esse risco, mas, sim, um firme propósito da Damares, que é inimiga assumida do Estado laico.