Inquérito aponta envolvimento de empresário e casal pecuarista em tentativa de atentado no DF

Atualizado em 22 de julho de 2023 às 10:54
Empresário Ricardo Pereira Cunha e George Washington de Oliveira Sousa. Foto: Reprodução

Um relatório da Polícia Civil do Distrito Federal, entregue a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de janeiro, indica que um empresário e um casal de pecuaristas do Pará estão envolvidos na tentativa de explodir uma bomba próximo ao aeroporto de Brasília, em dezembro do ano passado. Com informações do UOL.

O empresário e o casal teriam discutido detalhes do plano com George Washington de Oliveira Sousa, que confessou ter encomendado e montado o explosivo.

Durante “entrevista informal” na delegacia, o bolsonarista afirmou que o empresário Ricardo Pereira Cunha, dono de uma loja de informática em Xinguara, enviou o explosivo para ele.

Ambos moram na mesma cidade e teriam se conhecido durante a campanha eleitoral. Cunha se chamava “Ricardo Adesivaço Xinguara” na agenda telefônica de Washington.

Os dois foram a Brasília em datas parecidas. Washington informou à polícia que chegou à capital federal em 12 de novembro, vindo de Goiânia. Já Cunha postou seu primeiro vídeo na cidade no dia 13, em sua conta no TikTok.

Os pecuaristas são Bento Carlos Liebl e Solange Liebl, de São Félix do Xingu. O casal pediu aval de George Washington para buscar “peças de caminhão”, algo que o próprio militante, segundo o relatório, já confessou ser um código para os explosivos.

Pecuarista Solange Liebl. Foto: Reprodução

Ambos trocaram mensagens com Washington nas semanas que antecederam a tentativa de atentado no DF. Em 11 de dezembro, o casal convocou Washington para uma reunião “urgente” no QG dos manifestantes em Brasília. Isso ocorreu, segundo o relatório policial, um dia depois de Cunha afirmar que tinha uma “missão” para o militante bolsonarista.

Cunha e o casal Liebl, entre outros investigados, foram alvos de buscas e apreensões no final de abril. A operação da Polícia Civil do Pará e do DF mirou quatro cidades do sudeste do estado, região de onde saíram lideranças bolsonaristas para se articularem em Brasília.

Até o momento, nenhum deles foi preso nem denunciado, e o inquérito corre sob sigilo. George, por sua vez, foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão.

A defesa de Washington negou que haja outros envolvidos no caso. “George Washington não tem nenhuma ligação com essas pessoas”, afirmou a advogada Rannie Karla Monteiro.

Cunha também negou ter levado qualquer material a Washington em Brasília. O empresário disse que apenas ajudou na organização do acampamento em Brasília. “Sou patriota, amo meu país, mas não sou louco para colocar vidas de pessoas inocentes em perigo”, declarou.

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