Interpol já negou dois pedidos de Moraes contra bolsonaristas; entenda

Atualizado em 5 de junho de 2025 às 12:33
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Foto: Reprodução

Acionada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para incluir o nome da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na lista de procurados, a Interpol já negou dois pedidos do magistrado. A organização internacional, que auxilia na cooperação de polícias mundiais, se recusou a incluir dois símbolos do bolsonarismo na relação.

O ministro pediu a inclusão dos nomes dos blogueiros bolsonaristas Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, ambos foragidos no exterior, na lista, mas a Interpol rejeitou as solicitações. As justificativas dadas foram diferentes nos dois casos.

Allan dos Santos foi para os Estados Unidos em 2020 e um ano depois Moraes decretou sua prisão preventiva por lavagem de dinheiro, organização criminosa e incitação ao crime. A Interpol disse não estar satisfeita com as informações enviadas pela Polícia Federal e pediu mais detalhes sobre a acusação.

“A Secretaria-Geral considera que a descrição das atividades criminosas de Allan Lopes dos Santos não é clara, notadamente no que diz respeito à acusação de lavagem de dinheiro. Assim, para permitir que a Secretaria-Geral conclua sua análise do caso, reiteramos nosso pedido de algumas informações adicionais”, disse a organização.

Em dezembro de 2022, a Interpol fez sua comunicação final e disse que não incluiria o influenciador na lista de difusão vermelha por falta de informações sobre o crime de lavagem de dinheiro.

Os blogueiros bolsonaristas foragidos Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio. Foto: Reprodução

No caso de Eustáquio, a Interpol se negou a incluir seu nome na lista porque o bolsonarista fez pedidos de asilo político no exterior. No ofício enviado ao gabinete de Moraes, a organização alegou que o artigo 3º de seu regimento determina ser “estritamente proibido à organização empreender qualquer intervenção ou atividade de caráter político, militar, religioso ou racial”.

Moraes determinou a prisão preventiva de Zambelli nesta quarta (4), um dia após sua fuga para o exterior. Ela foi condenada a 10 anos de prisão pela Corte no mês passado e enfrenta outro julgamento que pode sentenciá-la a mais 5 anos na cadeia.

O trâmite para a inclusão do nome da deputada na lista não é automático e ela pode viajar internacionalmente enquanto a organização analisa toda a documentação recebida do Brasil. A Polícia Federal reuniu todas as informações relacionadas à condenação e enviou à Secretaria-Geral da Interpol, em Lyon, na França.