Intervenção de Bolsonaro na UFRGS atende a um projeto de poder ou esquema corrupto. Por Luis Felipe Miguel

Atualizado em 16 de setembro de 2020 às 11:31

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Bolsonaro | Sérgio Lima/AFP/02-01-2019

Por Luis Felipe Miguel

Bolsonaro colocou mais uma universidade sob intervenção, ao nomear o último colocado na eleição interna como novo reitor da UFRGS.

Não é apenas um desrespeito pontual à vontade democraticamente expressa da comunidade universitária. É condenar a instituição a quatro anos de tensão e paralisia.

Um reitor imposto, ilegítimo, não consegue administrar a universidade e é um foco permanente de crises.

Nunca tinha ouvido falar do sr. Carlos Bulhões. Só tomei conhecimento dele quando, já derrotado, iniciou sua abjeta peregrinação pela escória bolsonarista a fim de obter o cargo.

Mas me pergunto: o que o levaria a querer ser reitor pagando o preço do rechaço e da repulsa de seus colegas, dos técnicos, dos estudantes? Certamente não é só a vaidade de ser chamado de “magnífico”.

Só consigo pensar em três hipóteses.

Pode querer controlar o orçamento da instituição em favor de algum esquema. Pode estar sonhando com um novo decreto 477 que lhe confira poderes ditatoriais. Ou seu projeto, autenticamente bolsonarista, é mesmo a destruição da universidade.

A toda a comunidade da UFRGS, minha solidariedade. Desejo força na resistência.

E, quem sabe agora, em que é atingida uma das maiores instituições do sistema federal de ensino superior, todos nós não percebemos que não se trata de um problema da universidade A ou B, mas de todos nós – e que precisamos elaborar uma reação conjunta?