Intervenção é pretexto para Temer fugir do acerto de contas com a Justiça. Por Benjamin Maia

Atualizado em 19 de fevereiro de 2018 às 21:27
Temer e sua versão vampiresca no Carnaval de 2018. Foto: Reprodução/Twitter

Há algo de estranho nesta operação de intervenção, pois os números mostram que a violência diminuiu.

O ISP – Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro — divulgou os dados parciais do Carnaval do Rio de Janeiro.

São as incidências criminais de segurança ocorridas no Estado em geral, e na AISP 23 (que engloba Rocinha, Ipanema, Leblon, Gávea, Jardim Botânico, Lagoa, São Conrado e Vidigal). Os dados se referem a Registro de Ocorrência(R.O.) lavrados nas Delegacias da Polícia Civil do Estado, ao longo do mês.

São dados parciais, mas dão uma panorâmica da situação.

Conforme o relatório do ISP, os números da violência até diminuíram com relação a anos anteriores.

Mas, então, por que a intervenção?

O que nos levou a ter a sensação de aumento da violência, se no geral ela diminuiu?

A resposta é foco. A Rede Globo (sempre ela) nos dias pré-carnavalescos e, durante o carnaval, nos bombardeou com um noticiário com um quadro de violência e mortes, arrastões, saques, etc.

Mas com que intuito?

Aumentar a sensação de violência para facilitar e justificar o ‘ARGUMENTO DA INTERVENÇÃO’.

Veja as estatísticas de violência:

ROUBO A PEDESTRES – 2018: 1062 – 2017: 1178 – 2016: 1739 – 2015: 1485

FURTO A PEDESTRES – 2018: 584 – 2017: 613 – 2016: 1704 – 2015: 2144.

LESÃO CORPORAL DOLOSA – 2018: 1297 – 2017: 834 – 2016: 1771 – 2015: 1808.

ROUBO DE APARELHO CELULAR – 2018: 336 – 2017: 478 – 2016: 303 – 2015: 219.

ROUBO EM COLETIVO – 2018: 129 – 2017: 164 – 2016: 143 – 2015: 107

Registre-se que, em 2017, a Polícia Civil estava em greve.

O General interventor, Walter Braga Netto, afirmou que a situação da violência do Rio de Janeiro “não está tão ruim”

Perguntado se a situação no Rio de Janeiro estava muito ruim, ele balançou o dedo indicador negativamente e afirmou que a impressão de descontrole era resultado de “muita mídia”, em alusão ao noticiário que relata os casos diários de violência contra a população do estado.

Então o que estão querendo, afinal?

Coincidentemente ou não, foi logo depois de surgir a figura do “VAMPIRÃO”, no desfile da Paraíso do Tuiuti.

E do que mais um vampiro gosta? Trevas.

Talvez Temer esteja querendo atirar o Brasil em uma era de trevas para impedir que as luzes da democracia retornem a nosso país, e com isso se livrar das garras da Justiça.

E, para isso, uma intervenção militar, que começa aos poucos, pode estar a caminho.

Temer, certamente, tem receio com o que lhe vai acontecer a partir de 2019.

Com o Exército na rua, ele tira o holofote de si e transfere para as comunidades.

O Exército não deveria se prestar ao papel de cortina de fumaça para as manobras de um governo que não tem futuro.