
Ao menos dois menores de idade estão entre as vítimas da crise de intoxicação por metanol em São Paulo investigada por autoridades. Até o momento, são 37 casos suspeitos, sendo 10 confirmados e 6 mortes, segundo o secretário de Saúde, Eleuses Paiva.
A presença de menores entre os intoxicados chamou atenção das autoridades. Paiva afirmou conhecer “dois casos de adolescentes que beberam fora de casa”. Para ele, a situação é ainda mais grave porque, além de bebida adulterada, houve fornecimento a quem não poderia consumir álcool legalmente.
A Grande São Paulo concentra os registros e é considerada o epicentro da emergência de saúde pública. Segundo Paiva, o governo está em alerta máximo e se “preparando para uma guerra”. A rede hospitalar conta com estoques de etanol (usado como antídoto) suficientes para atender ao menos 150 pacientes no Hospital das Clínicas e mais em outras unidades.
A expectativa é que os casos diminuam após as medidas de fiscalização e alerta. O secretário explicou que a vigilância estadual passou a rastrear os pontos de consumo após identificar padrões de intoxicação em bares e distribuidoras.
Em alguns casos, jovens beberam em mais de um local na mesma noite, o que dificulta a investigação. “Estamos fazendo fiscalização em todos os locais apontados, observando rótulos, lacres e selos fiscais. Se não houver, lacramos as bebidas e, em situações mais graves, fechamos o estabelecimento”, afirmou a jornal O Globo.

As apurações indicam que pode haver um lote contaminado distribuído para diferentes bares. Embora não tenha revelado nomes, Paiva confirmou que há mais de um distribuidor sob investigação. A orientação às equipes é mapear de onde vieram as bebidas e, em casos suspeitos, isolar o fornecimento.
Entre os 31 sobreviventes, um paciente segue em estado grave, submetido a hemodiálise, enquanto outros relataram sequelas, como perda de visão. A periculosidade do metanol, um solvente químico usado ilegalmente para adulterar bebidas, tem preocupado especialistas por causar intoxicações rápidas e potencialmente fatais.
O governo estadual reforçou a orientação à população: qualquer pessoa que apresentar sintomas atípicos após ingerir destilados (como dor abdominal intensa, tontura, dificuldade de raciocínio ou sensibilidade à luz) deve procurar imediatamente atendimento médico.
“Não é uma ressaca comum, pode ser sinal de intoxicação”, completou o secretário. Enquanto isso, a Polícia Civil e órgãos de fiscalização trabalham para identificar os responsáveis pela distribuição das bebidas adulteradas.