
Na última sexta-feira (27), a Polícia Federal (PF) prendeu o prefeito de Palmas, José Eduardo de Siqueira Campos (Podemos), por suspeita de envolvimento em um esquema de vazamento de dados sigilosos do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Também foram presos um advogado e um policial civil. De acordo com o Fantástico, da TV Globo, mensagens interceptadas mostram como funcionava a rede de compartilhamento ilegal de informações.
As investigações apontam que o prefeito recebia com antecedência dados sigilosos sobre pareceres da Procuradoria-Geral da República (PGR), decisões judiciais e operações policiais. As conversas, muitas vezes cifradas, indicam que o esquema já funcionava há cerca de um ano e meio.
Segundo a PF, o advogado Antônio Ianowich Filho era o elo com o Judiciário, enquanto o policial civil Marco Augusto Velasco Albernaz acessava sistemas internos para monitorar investigações. A suspeita é de que um funcionário de um gabinete do STJ seria a fonte dos documentos confidenciais.
As mensagens citam diretamente o prefeito. Em uma delas, ele foi alertado: “Grandes chances de o governador ser afastado amanhã. Confirmado o parecer”. Em outro trecho, uma fonte o informa: “São 16 homens, 4 equipes da PF. Chegaram por terra”. As comunicações mostram o grupo antecipando movimentações da Justiça.
O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou as prisões e determinou o afastamento de José Eduardo do cargo, além do bloqueio de passaportes dos investigados.

O tribunal ressaltou que, mesmo após operações anteriores no Tocantins, os vazamentos seguiram ocorrendo.
A identidade do servidor do STJ envolvido ainda não foi divulgada. A defesa do prefeito afirmou que ele “confia no Poder Judiciário e tem a certeza de que tudo será esclarecido”.
O policial Marco Albernaz declarou-se inocente. O STJ disse que não comenta investigações em curso no STF.