Investigações apontam como política de Bolsonaro contribui para armar o PCC

O presidente mexeu em cerca de 300 leis e medidas relacionadas ao tema, favorecendo as organizações criminosas

Atualizado em 25 de julho de 2022 às 15:10
Bolsonaro segura metralhadora ao lado de policiais. Imagem: Reprodução.

Ao redor do país é evidenciada uma nova forma de agir do crime organizado. Apesar de parecerem coincidências distantes, diversos integrantes de facções em diferentes estados são flagrados comprando ou portando armas, indiferentes ao fato de terem seus nomes registrados em uma extensa ficha criminal.

Podem parecer apenas casos isolados de esquemas criminosos, não fosse um detalhe: o próprio presidente Bolsonaro abriu essas ”portas” entre 2019 e 2020, quando emitiu decretos que alteraram trechos do Estatuto do Desarmamento, incentivando o acesso à armas de fogo potentes, a munições e ao porte e, por meio disso, facilitando a vida de facções criminosas. As informações são da coluna do Marcelo Godoy, no Estadão.

O Senado chegou a aprovar um decreto para derrubar as medidas, mas Bolsonaro revogou-as para evitar uma derrota no Legislativo. Na sequência, o presidente reeditou normas com efeitos semelhantes. Em 2020, fez mudanças em regras ligadas a PCE (Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro) e à aquisição, registro, cadastro e posse de armas.

Em abril do mesmo ano, o Comando do Exército participou do movimento e revogou três portarias do Colog (Comando Logístico), órgão que administra armas e munições.

Essas regras eram responsáveis pelo transporte, rastreamento, identificação e marcação de armas, munições e produtos bélicos. Sem isso, não seria mais possível saber onde um lote de balas foi comprado e por quem.

Em seu governo, o chefe do Executivo mexeu em cerca de 300 leis e medidas relacionadas ao tema no país. Essas medidas favoreceram o crime organizado, facilitando até mesmo a compra de armamento mais barato para as facções, que anteriormente contrabandavam os itens da Bolívia ou do Paraguai.

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