
Ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliam que as recentes descobertas sobre a tentativa de golpe no país podem impactar as eleições municipais deste ano, principalmente nas disputas pelas prefeituras de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Segundo a colunista Vera Rosa, do Estadão, a percepção é de que, com as investigações se aproximando do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de aliados, o ex-chefe do Executivo pode se tornar um cabo eleitoral tóxico, caso não seja preso antes.
O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), conta com o apoio de Bolsonaro e de seu partido. Entretanto, após a prisão do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e as revelações da Polícia Federal (PF) e do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a participação de Bolsonaro em uma tentativa de golpe de Estado, a campanha do emedebista entrou em alerta.
Nunes busca os votos dos eleitores de Bolsonaro, mas a questão agora é como evitar o desgaste e se distanciar da sua imagem. Aliados do prefeito tentarão persuadir o ex-presidente a desistir de indicar o vice na chapa.
Segundo o Palácio do Planalto, a crise beneficia o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que tem Marta Suplicy como candidata a vice.
A candidatura de Alexandre Ramagem (PL-RJ) à Prefeitura do Rio também enfrentará desafios e, segundo auxiliares de Lula, pode nem ocorrer. Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), é alvo de uma investigação da PF por suspeita de utilizar um software para monitorar ilegalmente adversários de Bolsonaro e ministros do STF.