Investidores internacionais enxergam o risco de maneira mais intensa com o Brasil do que com a soma das economias da América Latina. O risco-país brasileiro medido em CDS (Credit Default Swap) aumentou 87 pontos, alcançando 290 pontos, segundo dados da consultoria Tendências.
A média do risco-país de Colômbia, Chile, Peru e México cresceu 58 pontos, ficando com 168 pontos.
O CDS é visto como um seguro para evitar calote, ou seja, é tratado pelos investidores como uma das principais formas de medir os riscos entre as economias. Quanto maior é o Credit Default Swap, mais arriscado e perigoso o país para que o dinheiro seja aplicado em investimentos.
A Tendências fez a comparação com alguns países latino-americanos porque eles despertam interesse de um grupo de investidores. Só que essas nações enfrentam crises, principalmente na área política.
Outro ponto para esse problema é a inflação nos Estados Unidos. Com o aumento de juros no país governado por Joe Biden, muitas moedas estão perdendo valor em relação ao dólar, já que os investidores estão buscando ativos mais seguros nos EUA. Neste mês, por exemplo, a moeda estadunidense cresceu 10,5% em relação ao real.
Especialistas apontam que o Brasil tem um “mal de liquidez”. Por ser uma grande economia, o país tem mais entrada e saída de recursos quando é feita a comparação com outras nações, provocando a oscilação do real e do risco-país.
Além disso, o Brasil vive um caos político. Não se sabe como o governo Bolsonaro irá interferir na Petrobras e quanto custará aos cofres públicos para uma tentativa de conter o alto preço dos combustíveis.