
Durante o discurso de Benjamin Netanyahu na Assembleia Geral da ONU, nesta sexta (26), o Irã fez um protesto simbólico. Diplomatas iranianos deixaram sobre a mesa fotos de civis mortos durante a guerra, incluindo imagens de crianças.
Ao lado das fotos, um cartaz dizia em inglês: “Assassinadas pelo regime de Israel”. Algumas das fotos mostravam crianças sorrindo em vida, enquanto outras exibiam os corpos feridos. A agência estatal Irna destacou que o gesto foi um ato de repúdio ao primeiro-ministro israelense, lembrando ainda que Netanyahu é alvo de processo no Tribunal Penal Internacional.
O órgão também recordou as explosões recentes que atingiram membros do Hezbollah, citadas por Netanyahu em seu discurso. Segundo números oficiais divulgados pelo Irã, 610 civis morreram na guerra de 12 dias entre os dois países, incluindo 13 crianças e 49 mulheres. A vítima mais jovem registrada foi um bebê de apenas dois meses.
Em sua fala, Netanyahu reafirmou a posição de Israel de manter a ofensiva contra o Hamas. Ele declarou que ainda há combatentes ativos na Cidade de Gaza e que o país pretende “finalizar o serviço”. O primeiro-ministro também agradeceu o apoio de Donald Trump, citando ataques dos Estados Unidos contra depósitos nucleares iranianos, que classificou como um “ato de bravura”.

Netanyahu ainda associou as tentativas de assassinato contra Trump aos “mesmos inimigos” enfrentados por Israel. Ele disse que os países que reconheceram o Estado Palestino terão “vergonha” no futuro, classificando essa decisão como “antissemita” e como um estímulo ao terrorismo.
O líder israelense afirmou que reconhecer a Palestina após os ataques de 7 de outubro seria equivalente a dar um Estado à Al Qaeda após os atentados de 11 de setembro em Nova York. Segundo ele, a decisão encoraja violência contra judeus e inocentes em várias partes do mundo.
O premiê israelense foi vaiado ao subir ao púlpito para discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas nesta sexta. Delegações de diversos países, incluindo o Brasil, deixaram a plenária em protesto antes mesmo do início da fala do líder israelense.