A empresária alagoana Maria de Lourdes Lyra, conhecida como Lourdinha Lyra, entrou com uma queixa-crime contra sua irmã, Thereza Collor, ex-cunhada do ex-presidente Fernando Collor de Mello, a acusando de calúnia e difamação. A disputa entre as duas faz parte de uma complicada batalha judicial envolvendo a administração do patrimônio de João Lyra, ex-deputado federal falecido em agosto de 2021.
Segundo o Uol, a fortuna de Lyra foi avaliada em R$ 1,9 bilhão em 2017. Na correção monetária, a fortuna poderia chegar aos R$ 2,7 bilhões em valores atuais.
Lourdinha, indicada para administrar os bens de João Lyra enquanto ele estava vivo, enfrenta acusações dos irmãos desde a morte do pai. Ela foi designada como inventariante após a morte do ex-parlamentar, tornando-se parte do processo de falência da Laginha Agro Industrial S/A, considerado o maior processo de falência do país.
Guilherme de Lyra foi o primeiro herdeiro a mover um processo contra Lourdinha, em abril de 2022, acusando-a de “ocultação e desvio de bens em proveito próprio ou terceiro”. Quase um ano depois, em fevereiro de 2023, foi Thereza que alegou “inércia e omissões” para pedir o afastamento da irmã. Por fim, João e Ricardo Lyra moveram uma nova ação, acompanhados de Thereza, em agosto do ano passado.
A disputa entre os herdeiros e Lourdinha chegou aos tribunais, com quatro irmãos solicitando sua remoção da função de inventariante em diferentes ocasiões. Thereza, uma das irmãs, fez acusações públicas contra Lourdinha em entrevistas concedidas às revistas Veja e IstoÉ.
“São preocupantes as ligações profissionais e econômicas entre os assessores jurídicos e financeiros. Com a perpetuação da falência, os credores são prejudicados, e somente os assessores ganham”, afirmou a ex-esposa de Pedro Collor de Mello, o irmão mais novo do ex-presidente.
As acusações envolvem má gestão, custos elevados e parcerias suspeitas no processo falimentar. Em resposta, Lourdinha entrou com uma queixa-crime, alegando difamação e calúnia por parte de Thereza Collor. A ação destaca a intenção de utilizar a figura pública de Lourdinha para pressionar o Judiciário e conquistar apoio popular.
Os pedidos de remoção de Lourdinha da função de inventariante, segundo a queixa-crime, foram infrutíferos nos autos do processo, levando Thereza Collor a buscar a mídia para alcançar seus objetivos. A ação judicial agora busca uma audiência de conciliação, com a possibilidade de prosseguimento caso não se chegue a um acordo.