O irmão do presidente Jair Bolsonaro (PL), Renato Antonio Bolsonaro, foi demitido do cargo de chefe de gabinete de Miracatu, no Vale do Ribeira, em São Paulo. A exoneração aconteceu na última terça-feira (2), mas foi publicada na quinta-feira (4) pelo Diário Oficial da cidade paulista.
Em seu antigo cargo, Renato recebia um salário de R$ 7.000 por mês. No entanto, ele exercia funções de uma espécie de “prefeito informal” da cidade, promovendo lives para mostrar os resultados da sua atuação. Um desses, em específico, é apontado por uma reportagem da Veja, que o revela como principal responsável para a construção de pontes do governo federal.
Por meio de sua influência política, o irmão de Bolsonaro fez com que a cidade recebesse, entre 2020 e 2022, R$ 72, 1 milhões da União para reformas, obras viárias, de infraestrutura e compra de máquinas e equipamentos. Além desse valor, mais R$ 12,6 milhões chegaram via emendas do chamado orçamento secreto. No total, o valor supera as receitas anuais regulares da prefeitura (R$ 81 milhões). Até o momento, o portal aponta que não há investigação ou evidência de mau uso desse dinheiro.
No mesmo dia em que foi exonerado, a Veja havia entrado em contato com a administração do município para apurar a influência de Renato no governo. Não foi aceito o pedido de entrevista.