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Irmãos Brazão mandaram matar Marielle por interesses econômicos, diz PGR

Chiquinho Brazão e Domingos Brazão foram presos em março. Foto: Reprodução

Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão mandaram matar Marielle Franco para impedir que ela prejudicasse seus interesses e para intimidar o PSOL, partido da vereadora, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR). O órgão afirma que o crime ocorreu em meio a uma série de ações do partido que afetariam os negócios da família.

A PGR cita como motivações para o crime nomeações para o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e a regularização de loteamentos irregulares em áreas dominadas por milícias na Zona Oeste do Rio.

Na denúncia contra os irmãos, a procuradoria aponta que o PSOL questionou a eleições de Domingos Brazão para o cargo no TCE e que, por isso, eles determinaram que o miliciano Laerte Silva Lima se infiltrasse no PSOL para conseguir informações políticas sobre os integrantes do partido.

Posteriormente, em 2017, a sigla conseguiu impedir a posse de um correligionário de Domingos para a vaga de conselheiro no tribunal. O órgão aponta que os Brazão não agiram violentamente contra ela até então porque tinham medo da projeção de Marcelo Freixo, que era a principal liderança do partido na cidade, o que poderia gerar uma reação da polícia.

Marielle foi eleita em 2016 e atuou contra políticas habitacionais promovidas pelos irmãos Brazão em áreas de milícia no Rio de Janeiro. Ela tentava pautar projetos para regularizar imóveis construídos ilegalmente, mas por pessoas de baixa renda e não grileiros e loteadores que revendem as construções nessas áreas.

Marielle Franco confrontou políticas habitacionais dos irmãos Brazão. Foto: Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio

A vereadora gerou irritação ao clã após votar contra um projeto de lei, que acabou sendo aprovado, e convocar reuniões comunitárias na região de Jacarepaguá, onde os Brazão tinham ligação com milicianos e desenvolviam atividades de grilagem.

Foi neste momento que os irmãos decidiram matá-la, numa tentativa de desencorajar oposição aos seus interesses econômicos, ajudar as milícias e intimidar o PSOL. Eles contaram com a ajuda do delegado Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil do Rio, que forneceu apoio intelectual ao crime.

Segundo a PGR, o delegado orientou que Marielle não fosse executada durante um deslocamento que envolvesse a Câmara Municipal, já que isso poderia atrair investigadores federais para o caso.

Além dos irmãos Brazão e Rivaldo, a PGR também denunciou o PM Ronald Alves de Paula, conhecido como Major Ronald e apontado como chefe da milícia na Zona Oeste do Rio, e Robson Calixto da Fonsecca, conhecido como Peixe e ex-assessor dos Brazão.

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Caique Lima

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