
O governo de Israel anunciou nesta quarta-feira (22) que aguarda a libertação dos primeiros reféns pelo Hamas já na quinta-feira (23), conforme declarou o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, em entrevista à rádio das Forças de Defesa de Israel.
O acordo de cessar-fogo de quatro dias na Faixa de Gaza, anunciado na noite de terça-feira (21), visa permitir a libertação de 50 reféns capturados durante o ataque do Hamas no sul de Israel no mês passado.
Segundo o The New York Times, o adiamento da implementação do acordo até quinta se deve à necessidade de análise jurídica por juízes israelenses sobre questões relacionadas a alguns reféns palestinos detidos em Israel como prisioneiros, que serão libertados conforme o acordo.
O governo israelense concordou em liberar 150 reféns, divulgando uma lista de 300 detidos potenciais. O processo de libertação será supervisionado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), com representantes acompanhando os reféns até a fronteira.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que mulheres e crianças estão entre os reféns, e que “a libertação de cada 10 reféns adicionais resultará em um dia adicional de pausa nos conflitos”. O Hamas também confirmou o acordo por meio de um comunicado no Telegram.

O processo contou com a mediação do Catar, com esforços diplomáticos do Egito e dos Estados Unidos. Mohammed Al Khulaifi, ministro de Estado do Catar e principal negociador, expressou esperança de que o acordo abra caminho para o fim do conflito, destacando o apoio diplomático durante os combates.
Enquanto o cessar-fogo não é efetivado, a situação permanece dinâmica. O Hamas, embora concorde com a trégua, ressaltou que “as mãos continuarão no gatilho” e os combatentes permanecerão vigilantes. O grupo também indicou que Israel permitirá mais suprimentos e ajuda humanitária em Gaza, além de facilitar a movimentação de civis palestinos.
O acordo foi recebido com entusiasmo por diversas países, incluindo potências como Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou grande satisfação com a notícia da iminente libertação dos reféns, incluindo três americanos, entre eles, uma menina de três anos.
O presidente do Egito, Abdel Fatah al Sissi, elogiou as negociações como um “sucesso”, enquanto a Turquia expressou a esperança de que o acordo contribua para encerrar o conflito. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, considerou o acordo “um passo na direção correta”, embora tenha ressaltado que “ainda há muito por fazer”, segundo um porta-voz em comunicado.