
Israel bombardeou nesta segunda-feira (25) o hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza, matando ao menos 20 pessoas, entre elas cinco jornalistas. Segundo autoridades de saúde locais, o primeiro ataque atingiu o último andar do prédio, matando o cinegrafista da Reuters Hussam al-Masri e outros civis.
Quinze minutos depois, quando socorristas e repórteres tentavam ajudar os feridos, uma segunda bomba atingiu o mesmo ponto, caracterizando o que especialistas chamam de ataque “duplo”.
As mortes foram registradas ao vivo por transmissões de TV. Imagens da AlGhad mostraram trabalhadores da defesa civil com coletes laranja e jornalistas tentando se proteger segundos antes da explosão. Outro vídeo revelou os corpos dos profissionais e socorristas amontoados, cobertos de sangue e poeira.
A tragédia provocou forte condenação internacional. O chanceler britânico David Lammy disse estar “horrorizado” e pediu cessar-fogo imediato. O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou “não estar feliz” com o ataque, enquanto Emmanuel Macron classificou a ação como “intolerável”. O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, falou em “erro trágico”.
Entre os mortos estão Hussam al-Masri (Reuters), Mariam Abu Dagga (Associated Press), Mohammed Salam (Al Jazeera), o fotojornalista Moaz Abu Taha e Ahmad Abu Aziz (Quds Feed). Outro fotógrafo da Reuters, Hatem Khaled, ficou ferido.
De acordo com o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ), já são pelo menos 193 repórteres palestinos mortos desde outubro de 2023 — mais do que o número global registrado nos três anos anteriores.
O Ministério da Saúde de Gaza disse que o ataque interrompeu cirurgias em andamento e acusou Israel de promover “a destruição sistemática do sistema de saúde”. O hospital Nasser é o único público ainda em funcionamento no sul de Gaza. Israel alega, sem apresentar provas, que o Hamas utiliza hospitais para fins militares.
Já organizações de imprensa internacionais afirmam que os assassinatos de jornalistas se tornaram prática recorrente. Relatórios mostram que 88% das investigações de crimes de guerra contra Israel são arquivadas ou inconclusivas.
URGENTE: “israel” bombardeia hospital duas vezes seguidas em Gaza e mata jornalistas, profissionais de saúde e membros da Defesa Civil.
O segundo bombardeio contra o hospital Nasser foi registrado durante transmissão ao vivo. Entre os mortos estariam os jornalistas Hossam… pic.twitter.com/uoasXKnlAr
— FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil (@FepalB) August 25, 2025