O governo de Israel criticou a decisão dos Estados Unidos de se abster da votação no Conselho de Segurança da ONU, que aprovou nesta segunda-feira (25) o primeiro cessar-fogo imediato em Gaza. Em comunicado do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o governo sionista alegou que a pausa nos ataques “prejudica” os esforços para a libertação de reféns e traz esperanças ao Hamas.
“Isso dá ao Hamas esperança de que a pressão internacional lhe permitirá obter um cessar-fogo sem a libertação dos nossos reféns”, afirmou o comunicado israelense, denunciando a posição dos Estados Unidos.
Além disso, Netanyahu cancelou uma viagem de delegação aos EUA, onde iriam debater com os americanos uma alternativa à invasão planejada por Israel em Rafah, a pedido do presidente Joe Biden. O primeiro-ministro acusou a Casa Branca de abandonar sua “posição de princípio”.
Em resposta, a Casa Branca negou que a abstenção dos EUA implique em uma mudança de posição pró-Israel. Segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, os Estados Unidos são a favor de um cessar-fogo, mas se abstiveram porque a resolução aprovada não condenava o Hamas, algo que eles consideravam essencial.
A votação no Conselho de Segurança marca um ponto importante, pois, desde o início dos ataques de Israel contra os palestinos Gaza, a ONU falhou em sucessivas tentativas de aprovar uma resolução para um cessar-fogo imediato. A decisão de hoje, durante o Ramadã, vale até 9 de abril e determina também a libertação imediata dos reféns mantidos pelo Hamas, além da abertura de Gaza para ajuda internacional.
O gesto dos Estados Unidos em se abster representa uma mudança significativa em sua posição e confirma um racha entre Biden e Netanyahu.
Espera-se que o cessar-fogo imediato para o mês do Ramadã seja respeitado por todas as partes, levando a uma interrupção sustentável e duradoura nas mortes, assim como a libertação imediata e incondicional de todos os reféns e a garantia de acesso humanitário, conforme determinado pelo texto aprovado.