O governo israelense aprovou em 20 de outubro uma nova lei que permitirá o encerramento temporário de canais de notícias que “prejudiquem a segurança nacional”. A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) insta Israel a rever a sua decisão em nome do pluralismo dos meios de comunicação social e do direito do público à informação.
As regulações propostas visam proibir as organizações noticiosas de “minarem a segurança nacional, a ordem pública ou servirem de base à propaganda inimiga”. Embora pareça visar a operação do canal Al Jazeera do Catar, a iniciativa também pode ser usada para encerrar outros meios de comunicação que operam em Israel e nos territórios palestinos ocupados.
Segundo o Times of Israel, “o ministro das comunicações – com a concordância do ministro da Defesa – poderá ordenar que canais de TV encerrem sua operação; fechar seus escritórios em Israel, apreender seus equipamentos e encerrar seu site ou restringir o acesso ao seu site, dependendo da localização de seu servidor.”
As organizações de comunicação social e os jornalistas têm lutado para cobrir a guerra Israel-Gaza desde o seu início, em 7 de Outubro, quando o Hamas lançou um ataque sem precedentes no sul de Israel. Em resposta, Israel retaliou com ataques aéreos sobre a sitiada Faixa de Gaza e declarou formalmente guerra ao Hamas. Os meios de comunicação social estrangeiros e locais enfrentam inúmeras restrições, incluindo ameaças à segurança, cortes de electricidade e Internet e receios emocionais.
Pelo menos 15 jornalistas palestinos, três jornalistas israelitas e um libanês perderam a vida. Vários trabalhadores da mídia também ficaram feridos e outros estão desaparecidos. Muitos escritórios de comunicação social em Gaza foram destruídos.
A decisão do governo israelense de restringir a liberdade de imprensa é mais um golpe para a comunidade jornalística internacional e para o direito do público à informação.