Israel provoca Lula nas redes sociais com fake news: “Negou o Holocausto”

Atualizado em 20 de fevereiro de 2024 às 18:08
O presidente Lula e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Foto: Ricardo Stuckert/PR e Abir Sultan/Reuters

O governo israelense está alimentando a crise com o Brasil após o presidente Lula (PT) comparar o genocídio contra os palestinos, na Faixa de Gaza, ao praticado pelos nazistas contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Nesta terça-feira (20), o perfil oficial de Israel no X, antigo Twitter, acusou o brasileiro de “negar o Holocausto”.

A conta do país comentou uma publicação da página World of Statistics com a pergunta: “O que vem à mente quando você pensa no Brasil?”.

“Antes ou depois de Lula negar o Holocausto?”, respondeu o perfil de Israel.

A repercussão das declarações de Lula tem sido intensa, especialmente no cenário internacional, levando o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, que também gerencia a conta oficial do país sionista, a exigir um pedido de desculpas do petista.

Katz expressou indignação em sua conta pessoal no X, questionando como o presidente brasileiro ousava comparar o país liderado por Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro, a Adolf Hitler e destacando a expectativa de milhões de judeus por um pedido de retratação.

Diante desse embate virtual, o Palácio do Planalto foi questionado sobre uma possível resposta ao comentário de Israel, mas até o momento não houve retorno.

Israel Katz, ministro das Relações Exteriores de Israel, e Frederico Meyer, embaixador do Brasil em Tel Aviv. Foto: reprodução

Na segunda-feira (19), o governo de Israel já havia adotado uma estratégia incomum para expor o Brasil em uma conversa com o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer. Katz organizou um encontro, no Museu do Holocausto, usando um microfone de lapela, indicando uma intenção de gravar vídeo para divulgação nas redes sociais.

Inicialmente programada como uma reunião a portas fechadas na sede do ministério, a mudança para o Museu do Holocausto foi comunicada ao Itamaraty apenas na manhã do encontro, que aconteceu com a presença da imprensa.

Diplomatas brasileiros avaliaram a quebra de protocolo como uma tentativa criar um fato político em favor do governo de Israel e de constranger o representante de Lula, que convocou Meyer de volta ao Brasil.

Em resposta à provocação israelense, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, afirmou que o chanceler Katz “distribui conteúdo falso atribuindo ao presidente Lula opiniões que jamais foram ditas por ele”.

“Em nenhum momento o presidente fez críticas ao povo judeu, tampouco negou o Holocausto. Lula condena o massacre da população civil de Gaza promovido pelo governo de extrema-direita de Netanyahu, que já matou mais de 30 mil palestinos, entre eles, 10 mil crianças”, escreveu Pimenta.

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