Ivan Sartori, juiz que anulou júri do Carandiru, é cotado para substituir Moro. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 25 de abril de 2020 às 10:55
O desembargador Ivan Sartori

O desembargador Ivan Sartori está a caminho de Brasília conversar com Jair Bolsonaro.

Ele é um dos cotados para substituir Sergio Moro no Ministério da Justiça.

Moro caiu atirando hoje, durante um pronunciamento com tom de delação premiada, elencando vários crimes do ex-chefe.

O motivo da saída é a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo, chapa do ex-juiz da Lava Jato.

Ex-presidente do TJ-SP, Sartori aposentou-se em 2019.

Em 2017, Sartori afirmou que o Estado era “leniente com a criminalidade”, “inexistente” e que abriu espaço para o crime organizado, “que já vem governando o país”.

É bolsonarista. Recebeu convites de PSD, PSL, Patriotas e Podemos para se candidatar à prefeitura de Santos.

Julgou os policiais militares envolvidos no massacre do Carandiru, que culminou com a morte de 111 detentos em 1992.

Relator do processo, votou pela absolvição de todos os envolvidos no caso. Na época, alegou que “não houve massacre, houve legítima defesa”. Foi investigado no CNJ.

No final de março, apareceu num vídeo correndo numa praia santista, ignorando a determinação municipal relativa ao isolamento.

“Talvez me levem preso. Não sei, vamos ver”, afirmava, sorrindo para a câmera.

O interlocutor chegou a convocar as pessoas para se juntarem a eles, com sorriso de aprovação de Sartori.

“Prefeito não tem autoridade sobre praia”, dizia. “O prefeito querer fechar bem da União Federal? Não tem cabimento”.