
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que já decidiu qual será sua ação em relação à Venezuela, mas evitou anunciar publicamente qual caminho seguirá. A declaração foi feita na sexta-feira (14), a bordo do Air Force One, em meio à crescente presença militar norte-americana no Caribe.
Trump confirmou que a escolha sobre uma possível operação militar já foi feita. “Não posso dizer qual seria a decisão, mas já me decidi”, disse o republicano aos repórteres. Washington acusa o governo venezuelano de manter vínculos com o narcotráfico.
A declaração ocorre enquanto a Casa Branca realiza reuniões de alto nível para discutir opções de resposta à escalada de ataques contra embarcações na costa venezuelana.
Reforço militar no Caribe
Nos últimos dois meses, os Estados Unidos enviaram F-35, navios de guerra e um submarino nuclear para a região. Nesta semana, o porta-aviões Gerald Ford entrou na América Latina com mais de 75 aeronaves e cerca de 5 mil militares.
Segundo quatro autoridades americanas e outra pessoa com conhecimento do assunto, ao menos três reuniões internas ocorreram entre quarta (12) e quinta (13). Participaram o vice-presidente J.D. Vance, o secretário de Defesa Pete Hegseth, o conselheiro Stephen Miller e o general Dan Caine.
Trump esteve presente no encontro de quinta, na Sala de Situação, onde recebeu um briefing com diferentes opções de ação.

Possíveis operações e acusações
Embora não haja confirmação sobre o teor das alternativas, Trump já insinuou anteriormente a possibilidade de ataques terrestres e afirmou que não tem como objetivo “mudar o regime” de Nicolás Maduro.
Maduro, por sua vez, acusa os EUA de tentarem destituí-lo. Washington elevou em agosto a recompensa por informações que levem à prisão do venezuelano para US$ 50 milhões, alegando ligações com o narcotráfico.
Até agora, as Forças Armadas dos EUA realizaram operações contra embarcações suspeitas de tráfico, resultando em cerca de 20 ataques e 80 mortes nas águas internacionais do Caribe e do Pacífico. As ações já são alvo de questionamentos legais de democratas e críticas de aliados europeus.