Janaína defende a renúncia de Bolsonaro, o rebento imundo que pariu e agora rejeita. Por Joaquim de Carvalho

Atualizado em 19 de maio de 2020 às 6:46
Janaína Paschoal ganhou notoriedade, em 2015, como autora do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e quase foi candidata a vice na chapa de Bolsonaro. Foto: Agência Brasil

Janaína Paschoal é o retrato da decadência de uma parcela do Brasil.  Em entrevista à Folha de S. Paulo, ela admitiu que o país vai mal, que Jair Bolsonaro comete muita “burriche”, chama seu governo de “algo grotesco”, mas, ainda assim, prefere Bolsonaro ao PT.

“Tudo que eu não quero na vida é o PT no governo”, afirmou.

Quando o PT estava no governo, o Brasil se aproximava de se tornar a 5a economia do mundo, tinha praticamente uma situação de pleno emprego e era respeitado no exterior, e respeitava as instituições, como Polícia Federal, Procuradoria da República e o o Judiciário como um todo.

Depois, com a farsa da Lava Jato e o movimento político golpista do qual ela participou ativamente, com a transformação das “pedaladas fiscais” em “crime de responsabilidade”, o Brasil entrou em dificuldade. Severas dificuldades.

Ainda assim, apesar dos 12 anos do que pode ser considerado o melhor ciclo de governo em décadas, Janaína continua com seu antipetismo latente. A burrice não é exclusividade de Bolsonaro.

É também de seus representados, como Janaína Paschoal. Ela tem escolaridade alta e títulos acadêmicos que poucos no Brasil possuem. Ainda assim, demonstra uma burrice de doer.

Isso explica por que tem dificuldade de uma análise política consistente.

“Ele podia renunciar, né? Ele insiste nos erros”, disse. “Eu sinto o presidente como uma pessoa muito recalcada. Eu acho que ele apanhou muito na vida. […] E aí ele venceu. Parece que ele está sempre querendo mostrar para todo mundo que ele chegou lá, que ele não deve satisfações”.

Apanhou? Bolsonaro sempre esteve ao lado dos mais fortes, como os torturadores e homicidas que agiram em nome do Estado, ainda que ele tenha sido dissidente em vários momentos.

Janaína viu numa manobra contábil do governo crime de responsabilidade, apesar da “pedalada fiscal” ter sido um recurso rotineiro de governantes — antes e depois do impeachment —, mas não enxerga na tentativa de transformar a Polícia Federal numa extensão das milícias do Rio de Janeiro um delito punível com a perda de mandato.

“Não consigo ver, sob o ponto de vista do direito eleitoral, uma relação de causa e efeito [entre a entrevista do empresário Paulo Marinho  e a anulação da eleição]. […] Depois de todo o meu trabalho? Vão criar um caminho forçado para entregar a Presidência da República para o PT? Tudo que eu não quero na vida é o PT no governo”, disse.

O Brasil está sob ataque desde 2014, com a perda de riqueza e do desarranjo institucional sem precedente na história, e Janaína continua agarrada a seu antipetismo irracional. Se o fruto dessa visão e ação política equivocada fosse exclusivamente dela, teríamos apenas que lamentar.

Mas não.

Sua atuação prejudica a todos. Por isso, assim como Bolsonaro, Janaína é uma adversária do Brasil que precisa ser combatida. A parte já civilizada do país precisa se unir e vencer o conjunto dos bolsonaristas, que inclui Janaína.

Ainda que ela tenha vergonha do rebento imundo que colocou no Palácio do Planalto e tente se apresentar como algo diferente. Não é.