
A Polícia Federal (PF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estão em ação para apurar as denúncias relacionadas à suposta prática de rachadinha no gabinete do deputado federal André Janones (Avante-MG).
Segundo Paulo Capelli, colunista do Metrópoles, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou à PF informações em posse do Ministério Público para que a corporação investigue a consistência das provas oriundas da denúncia feita por um ex-assessor.
Conforme apurações realizadas em setembro do ano passado, integrantes da Abin reuniram-se com o denunciante em Brasília, gravando relatos de alegadas irregularidades que teriam ocorrido no gabinete de Janones. O deputado assumiu o uso de fake news nas redes sociais durante o processo eleitoral de 2022.
➡️ Rachadinha do Janones: em áudio, deputado cobra salário de assessores
Dentro da Câmara dos Deputados, Janones pediu parte do salário de assessores para despesas pessoais: “Casa, carro, poupança e previdência”
Leia na coluna @paulocappelli_ : https://t.co/2b5ZHGXHJu pic.twitter.com/17vGLjuuNy
— Metrópoles (@Metropoles) November 27, 2023
A denúncia é fundamentada em um áudio no qual um aliado de Janones, sem saber que estava sendo gravado, afirmou ter repassado R$ 60 mil ao deputado e à atual prefeita de Ituiutaba (MG), Leandra Guedes, provenientes do esquema de rachadinha.
O relato aponta que os servidores eram obrigados a fazer saques em espécie, repassando o dinheiro vivo em mãos a Leandra, então assessora de Janones, que nega irregularidades.
O ex-assessor, autor da denúncia, alega que a quebra do sigilo bancário dos servidores comprovaria o padrão dos saques em caixa eletrônico. Além disso, acusa Janones de receber propina de 20% por obras em Ituiutaba e denuncia suposto superfaturamento na contratação de artistas para shows na cidade.
Recentemente, o Metrópoles revelou que Janones cobrava parte do salário dos assessores para custear despesas pessoais e que solicitou R$ 200 mil aos assessores para financiar campanhas eleitorais.
Após a denúncia, a assessoria de Janones afirmou que os áudios estão “fora de contexto”. O deputado federal também disse que abriria mão de seu sigilo bancário para provar que não praticou rachadinha com seus assessores, dizendo que “não tem o que esconder”.
Ele também contou que pediria sua própria quebra de sigilo se fosse investigado por algum inquérito. “Eu toparia abrir mão do meu sigilo bancário e peticionaria em um processo para que isso fosse feito espontaneamente, caso houvesse um processo, mas não há”, afirmou Janones.