O jantar entre Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, na noite de sexta-feira (2), teve como tema a crise instalada na área de segurança de São Paulo.
O encontro ocorreu no apartamento do ministro nos Jardins, área nobre da capital paulista, e já está sendo criticado nas redes por bolsonaristas. Entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), Moraes é visto como o maior inimigo.
A crise na Secretaria da Segurança de São Paulo teve início com a indicação do deputado bolsonarista Capitão Derrite (PL-SP) para ocupar a pasta. Delegados, integrantes do Ministério Público e do Judiciário questionaram a escolha de Tarcísio.
Derrite é um ex-PM e busca, a exemplo do que Bolsonaro fez com o Exército, fundir sua imagem pública com a da corporação. Além disso, ele defendeu como deputado o poder de investigação para policiais militares, tirando a exclusividade da Polícia Civil.
O indicado do governador eleito também faz críticas a implementação de câmeras em uniformes dos agentes policiais, que ajudou a derrubar a letalidade policial onde o projeto foi aplicado. Ele também criticou a lisura das eleições e a confiabilidade no sistema eleitoral.
A questão da área de segurança de São Paulo se torna nacional porque Moraes tem grande influência em setores da Polícia Civil do estado desde que foi secretário de Segurança do governo de Geraldo Alckmin, quando ainda estava no PSDB, de 2015 a 2016.
Além disso, o ministro mantém uma rede de aliados no Judiciário paulista, que se uniram para criticar a indicação de Derrite. Uma possível definição entre Moraes e Tarcísio ainda não foi revelada.