“Japinha do CV” não aparece na lista de mortos da operação no Rio, diz Polícia Civil

A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou nesta sexta-feira (31) a lista com os nomes de 99 pessoas identificadas até o momento entre os mortos da Operação Contenção, deflagrada na última terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão.

Apesar dos rumores que circulam nas redes sociais, o nome da jovem conhecida como “Japinha do CV” não aparece entre os identificados. Perfis antigos atribuídos à mulher, que se apresentava com os nomes Maria Eduarda Santos e Penélope, seguem sendo apontados por usuários como pertencentes à suposta integrante do Comando Vermelho.

Nenhum desses nomes, porém, consta nos registros oficiais da Polícia Civil. Desde terça-feira, boatos sobre a morte da “Japinha” se espalharam com rapidez, acompanhados de fotos de uma pessoa com o rosto desfigurado e roupa camuflada, o que intensificou a confusão online.

Nas redes sociais, imagens atribuídas à jovem mostram uma mulher armada e ao lado de homens com fuzis, em postagens que mencionam o CV e fazem referência ao tráfico. Entretanto, consultas em registros públicos e bases de dados criminais não apontam mandados de prisão, denúncias ou investigações em nome dos apelidos e identificações usados por ela.

A ausência de confirmação oficial tem alimentado a criação de perfis falsos com seu nome em plataformas como Instagram, X e TikTok. De acordo com a Secretaria de Polícia Civil, dos 99 mortos identificados, 42 tinham mandados de prisão em aberto e ao menos 78 possuíam histórico criminal relevante, incluindo homicídio e tráfico de drogas.

O secretário Felipe Curi informou ainda que 40 dos mortos eram oriundos de outros estados, como Pará, Amazonas, Bahia, Ceará e Goiás. Segundo ele, o número de foragidos reforça a tese de que facções de outras regiões vinham se concentrando no Rio de Janeiro.

O governo de extrema-direita de Cláudio Castro classificou a matança como “necessária” e afirmou que ela teve como objetivo desarticular o núcleo do CV responsável por articular ataques e ações interestaduais. Entidades de direitos humanos, no entanto, têm criticado a letalidade da ação, que já é considerada a mais violenta da história recente do país.

A lista de mortos segue em atualização, e a Polícia Civil ainda trabalha na identificação de outras vítimas. Familiares têm reclamado de dificuldade para reconhecer os corpos no Instituto Médico Legal da Avenida Francisco Bicalho, o mesmo apontado em outras denúncias por condições insalubres.

A Operação Contenção, conduzida em parceria entre as polícias Civil e Militar, foi deflagrada para cumprir mandados contra líderes e integrantes do Comando Vermelho que, segundo a investigação, estariam coordenando o tráfico em diferentes estados a partir do Rio de Janeiro. O saldo final, segundo o governo, inclui apreensões de armas, munições e drogas, mas ainda não há informações detalhadas sobre o número de presos.

Confira a lista dos mortos até agora na megaoperação: