O médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, enfrentou mais uma condenação por crimes sexuais. Nesta sexta-feira (15/9), o juiz Marcos Boechat Lopes Filho, da comarca de Abadiânia, em Goiás, emitiu uma sentença que acrescenta 118 anos de prisão às penas anteriores, totalizando 489 anos e 4 meses de reclusão.
Segundo o jornal Metrópoles, esses processos eram os últimos relacionados ao médium, e as acusações envolviam 66 vítimas, com condenação em relação a 56 delas.
Além da sentença, João de Deus foi ordenado a pagar indenizações por danos morais às vítimas, totalizando até R$ 100 mil. Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), todas as 17 ações penais nas quais ele estava envolvido foram julgadas em primeira instância. Atualmente, o médium está cumprindo prisão domiciliar em Anápolis, devido a uma decisão em segunda instância.
A defesa do médium fez seis apelações contra as sentenças condenatórias, analisadas pelo TJ-GO. Algumas dessas apelações foram parcialmente providas. No entanto, duas delas estão atualmente em fase de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ainda não foram julgadas, não possuindo acórdão até o momento.
As acusações contra João de Deus vieram à tona em dezembro de 2018, quando o programa Conversa com Bial, da Rede Globo, veiculou uma reportagem com relatos de vítimas que afirmaram terem sofrido crimes sexuais enquanto faziam tratamento espiritual na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) instituiu uma força-tarefa para investigar os crimes, ouvindo testemunhas e formando núcleos específicos para lidar com o caso. O contato com as vítimas aconteceu por meio de e-mail, telefone e presencialmente. João de Deus chegou a ser preso, mas desde 2020, início da pandemia de Covid-19, ele cumpre prisão domiciliar.