João Victor, 8 anos: a tragédia de um filho do ódio. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 2 de janeiro de 2017 às 19:59
João Victor
João Victor

João Victor foi um filho do ódio.

Para o pai, Sidnei, mulher era vadia.

Ele confiava que ao matar a mulher com a qual casara e descasara inspiraria outros homens a fazerem o mesmo.

Matar as vadias.

As vadias proliferaram, de acordo com Sidnei, com a lei Vadia da Penha.

Odiava o Brasil, “paiseco cujas leis são feitas para bandidos e para bandidas”, como provou Lewandowski ao “limpar a bunda” com a Constituição no dia em que tirou “outra vadia” do poder. (Esta outra vadia era Dilma.)

João Victor viveu seus breves 8 anos sob a sombra devastadora do ódio paterno.

O poder contagiante do ódio não pode ser subestimado.

A uma funcionária da escola em que estudava ele confidenciou o que sonhava fazer quando crescesse.

Matar o pai.

Mas o pai atirou primeiro.