Jorginho Mello usou papéis “cenográficos” em denúncia fake sobre o RS, diz jornalista

Atualizado em 11 de maio de 2024 às 22:32
Governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PT), posta fake news sobre Rio Grande do Sul. Foto: Reprodução

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), publicou um vídeo na última quarta-feira (8) afirmando que caminhões de suprimentos enviados de seu estado para o Rio Grande do Sul foram barrados e multados em postos de fiscalização nas estradas.

No vídeo divulgado em suas redes sociais, o apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece ao lado de um servidor da Defesa Civil de Florianópolis, que teria sido multado duas vezes: uma por excesso de carga e outra por não pagar o pedágio.

“Quero fazer essa manifestação: a ANTT precisa revisar urgentemente os seus procedimentos. Não é fake news, é um absurdo o que está ocorrendo. Acho que a pessoa tem que ter discernimento, quem está nesses postos, para ver como isso aconteceu”, disse Jorginho.

No X (antigo Twitter), a jornalista Amanda Miranda disse que solicitou via Lei de Acesso à Informação (LAI) a íntegra da notificação/multa que o governador bolsonarista alegou que o servidor recebeu do órgão federal durante o transporte de doações para o estado gaúcho, no entanto, os papéis que Jorginho segura durante o vídeo é “tudo cenográfico”.

“Sabe esses papéis aqui que o Pinóquio segurava no vídeo falando em cargas humanitárias retidas pelo governo federal? Tudo cenográfico! Solicitei primeiro à comunicação e depois via Lei de Acesso à Informação a íntegra de notificação/autuação/multa e o governo de SC não tem”, disse Miranda.

Segundo a jornalista, o governo catarinense disse que os documentos estavam com a Defesa de Civil de Florianópolis.

“Mas então o que são esses papéis nas mãos do governador que dão efeito de verdade à narrativa desinformativa que ele tentou emplacar? Por que não me disseram já na quarta que não eram do estado?”, questionou.

“Se o governador gravou esse vídeo com esses papéis e um profissional fardado ao seu lado o mínimo que se esperava é que eles tivessem algum poder comprobatório. Mas falta de transparência é isso! Triste fim da comunicação pública!”, afirmou a jornalista.

Em nota, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) negou reter veículos de carga nas vias de acesso ao estado gaúcho durante o período da tragédia. Segundo o órgão, os caminhões que transitam nas rodovias que dão acesso ao Rio Grande do Sul passam por um procedimento simplificado de fiscalização e são liberados para seguir viagem.

Além disso, a agência esclareceu que não há solicitação de nota fiscal e nem aplicação de multas sobre veículos que transportam doações.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link