
A jornalista Bárbara Gancia foi condenada a 3 meses e 30 dias de detenção pelo crime de injúria envolvendo Laura Bolsonaro, filha da ex-primeira-dama Michelle e do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão prevê ainda multa de 10 salários mínimos e indenização de R$ 10 mil.
A sentença decorre de uma publicação nas redes sociais em que Gancia criticou Bolsonaro por declarações sobre adolescentes venezuelanas e citou Laura no mesmo contexto. Na ocasião, ela escreveu que “para bolsonarista imbrochável feito o nosso presidente, quando a filha do Bolsonaro se arruma, ela parece uma p*”.
Michelle reagiu logo após o post, dizendo que Laura era uma criança e que “medidas seriam tomadas”. O advogado João Henrique de Freitas, que representa a família, afirmou que a condenação reforça a responsabilidade jurídica em casos que envolvem menores. Ele declarou: “Alertei à época, e reafirmo agora: nas agressões como aquela à filha de D. Michelle e do Pr Jair Bolsonaro não ficarão impunes. Criança é sagrada, e não instrumento político”.

Em entrevista à CartaCapital, Gancia disse que ficou “horrorizada” com a repercussão, que temia agressões após ter sido alvo de ameaças e garantiu que sua intenção não foi ofender a menina. Segundo ela, o objetivo do tweet foi demonstrar o impacto das palavras de Bolsonaro sobre jovens venezuelanas: “Admito que esse meu tweet realmente é ousado. Mas ele não está insultando ninguém”.
A jornalista disse que sempre procurou tensionar o debate e que a frase usou o mesmo tom atribuído por ela ao presidente e a aliados. “Comparei com o que ele sentiria se fizessem com a filha dele”, declarou. Para Gancia, seu comentário buscava expor o efeito das falas de Bolsonaro ao sugerir que adolescentes refugiadas estariam envolvidas em prostituição.