Jornalista da CNN diz que reféns israelenses foram mais bem tratados que cidadãos de Gaza

Atualizado em 13 de outubro de 2025 às 20:22
A jornalista Christiane Amanpour durante apresentação de seu programa na CNN – Foto: Reprodução/CNN

A apresentadora e âncora internacional da CNN, Christiane Amanpour, pediu desculpas nesta segunda-feira (13) por ter afirmado que os reféns israelenses mantidos pelo Hamas em Gaza “provavelmente” foram tratados melhor do que a média dos palestinos que vivem no território.

Amanpour fez o comentário durante uma transmissão ao vivo, ao tentar descrever as condições humanitárias de Gaza após dois anos de guerra. “Foi um período terrível para todos. Eles [os reféns] provavelmente foram tratados melhor que o cidadão comum de Gaza, porque eram as peças de barganha que o Hamas tinha”, disse na ocasião.

A declaração foi amplamente compartilhada nas redes sociais e provocou forte reação, inclusive de figuras ligadas ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que a acusaram de ser “pró-Hamas”.

Diante da repercussão, Amanpour divulgou um comunicado em seu programa e também na rede X. “Arrependo-me de ter dito que os reféns podem ter sido tratados melhor do que muitos habitantes de Gaza, porque o Hamas os usou como moeda de troca. Foi uma afirmação insensível e errada”, afirmou.

Ela acrescentou ter conversado com famílias de reféns e relatou os horrores que descreveram: “falta de ar nos túneis, proibição de chorar, fome, e até o relato de pessoas obrigadas a cavar as próprias sepulturas”.

Entre os reféns libertados está Evyatar David, um dos 20 israelenses liberados na segunda-feira, em meio ao cessar-fogo mediado pelo presidente Donald Trump. Em troca, Israel libertou centenas de prisioneiros palestinos.

Amanpour reconheceu também a dificuldade de cobrir o conflito. Segundo ela, as restrições impostas por Israel dificultam o trabalho de jornalistas que tentam mostrar a realidade em Gaza. “Os relatos dos reféns que voltaram ajudarão o mundo a compreender melhor o que tem ocorrido ali”, disse.

Com mais de três décadas de carreira, Amanpour já esteve envolvida em outras polêmicas. Em 2020, ela pediu desculpas após comparar o governo Trump à Alemanha nazista.