Jornalista da Globo, que também já foi assediado durante reportagem, faz comparação com caso da Rússia

Atualizado em 21 de junho de 2018 às 14:42

Do Observatório da TV:

Em 2016, o repórter da Globo Ben-Hur Correia virou notícia após tentar realizar um link de Las Vegas, nos Estados Unidos, para o canal pago SporTV e ser abordado por mulheres que estavam numa despedida de solteiro e que começaram a paquerar o profissional.

Após a repercussão do vídeo no qual brasileiros que estão na Rússia para acompanhar a Copa do Mundo aparecem repetindo com uma estrangeira uma palavra que se refere ao órgão genital feminino, muitos começaram a relembrar o que aconteceu com Correia e dizer que não houve a mesma revolta.

Pelas redes sociais, o profissional compartilhou um vídeo no qual resolveu falar sobre o assunto. “Eu fui inundado por um monte de mensagem comentando aquele vídeo engraçado onde eu sou atacado por umas meninas em Las Vegas e tem muita gente usando esse vídeo de uma forma que eu não concordo e eu queria explicar por quê”, afirmou o famoso da Globo.

“Primeiro, a gente não pode comparar a minha situação naquele vídeo com a situação que a menina russa sofre no vídeo rodeada por brasileiros. Eu não fui coagido, eu não fui insultado e eu não fui induzido a falar palavras que me insultam num idioma que eu nem conheço. As situações são bem diferentes“, destacou Bem-Hur.

“Segundo que eu sou homem, eu conseguiria me desvincilhar daquela situação de uma forma mais normal, mais natural. Se fosse uma menina na minha situação, rodeada por homens, aí sim seria muito mais preocupante”, avaliou o repórter.

“Tem muita gente falando ‘mas feminismo não prega a igualdade?’. Quando a gente fala de igualdade no feminismo, a gente tá falando de igualdade de oportunidades. As mulheres lutam para ter o mesmo salário que os homens quando tão trabalhando na mesma função, elas lutam para ter as mesmas oportunidades que os homens têm em organizações. É desse tipo de igualdade que a gente tá falando”, concluiu Correia.