A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que confirmou na noite desta sexta-feira (22) a condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pela perseguição armada contra mim, na véspera do segundo turno das eleições, me traz um misto de sentimentos e uma sensação de fechamento.
Foram três anos de muita agonia, incertezas, crises e questionamentos — vindos de fora e de dentro. Mas fico feliz que, ao menos no meu caso, amplamente filmado e divulgado desde aquele fatídico 29 de outubro, a justiça finalmente tenha sido feita contra alguém privilegiado.
Desde então, fui muito discreto em relação ao que aconteceu na minha vida, mas desde aquele dia passei — e ainda passo — por barras inimagináveis para alguém enfrentar sozinho. Mesmo contando com uma rede de apoio incrível, que inclui meus advogados, familiares e amigos, nunca me senti tão solitário quanto nesses últimos três anos. Foi um período em que vi e ouvi muita coisa, de pessoas de quem eu esperava e não esperava — e nem sempre foram coisas boas.
Saber que minha algoz já está presa em outro país me alivia um pouco. Não sei até hoje quantos minutos se passaram entre o início daquela discussão e o momento em que consegui escapar das garras dela e de seus capangas, mas, para mim, a sensação sempre foi a de que durou uma eternidade. Uma tortura na minha alma que eu não sentia desde a morte do meu pai.
Por conta dessa dor — que me atingiu física, mental e materialmente, afetando toda a minha vida —, após essa condenação buscarei meus direitos na Justiça contra ela. Não é pelo aspecto material, já que o dano que aquele momento me deixou foi tremendo e duradouro, mas para dar um fechamento definitivo a esse caso.
Por ora, vou celebrar que, ao menos uma vez, a justiça foi feita contra quem quase nunca recebe decisões justas.