
Globo, Folha e Estadão concluíram que apoiar a chacina é um bom negócio por motivos vários.
Esses são os principais:
1. Sob o ponto de vista do negócio e do ganho imediato, o apoio à matança fideliza a audiência ultraconservadora que sustenta as mídias das organizações desde o golpe contra Dilma. Todas as pesquisas respaldam esse apoio. O povo quer mais matança. As pautas dos três jornais foram unificadas em defesa da chacina como tática inevitável da ‘guerra’ ao tráfico.
2. Sob o ponto de vista da política, a chacina é a chance de retomada do controle da situação, depois da surra que a direita levou esse ano, para que a aposta num nome anti-Lula seja ressuscitada. Os jornalões estão dedicados agora a esse projeto. Quem será esse nome que surgirá sobre os cadáveres? Não interessa. Importa apenas que enfrente Lula.
A criatura pode ser pior do que Bolsonaro? Por mais absurdo que pareça, pode. Porque Bolsonaro não tinha o apoio das corporações de mídia. E a nova invenção da velha direita e do fascismo deverá ter. O nome preferencial é, claro, Tarcísio de Freitas. Mas pode surgir uma surpresa. Com a chacina, nada mais é impossível.

Um exemplo de hoje da naturalização do assassinato como tática de segurança está na capa do Globo, sobre uma pesquisa Quaest:
“Atirar ou tentar prender? População se divide sobre ação da polícia ao encontrar alguém com fuzil, aponta pesquisa”. (50% defendem a abordagem e 45% que a polícia chegue atirando.)
A próxima pesquisa pode ser mais detalhada e sugerir até que partes do corpo seriam os melhores alvos para a polícia. Os jornalões publicam editoriais fofos, com volteios que sugerem bons modos, mas na essência defendem os métodos e a turma da matança.
Os jornalões embarcaram nas tropas de Claudio Castro e do fascismo. A grande imprensa já é parte da chacina.