José Dirceu não acredita em golpe de Bolsonaro: “Falta de apoio”

Atualizado em 13 de maio de 2022 às 8:55
José Dirceu
José Dirceu foi ministro da Casa Civil durante o governo de Lula. Reprodução

Em artigo escrito nesta sexta-feira (13) ao Poder360, o ex-ministro José Dirceu afirmou que acredita que o presidente Jair Bolsonaro (PL) vai perder as eleições e não conseguirá dar um golpe militar porque não possui força para tal ação.

“Nada indica que Jair Bolsonaro (PL) vença a eleição em outubro. Ao contrário, as pesquisas nos informam que inclusive ela pode ser decidida no 1º turno”, escreveu, referindo-se as pesquisas que indicam uma possível vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já no primeiro turno.

Ele destacou que a rejeição do atual chefe do executivo federal é muito alta por causa das ações feitas pelo governo federal de 2019 para cá. A inflação tem batido recordes negativos, além do desemprego estar em alta. Além disso, as medidas adotadas pelos bolsonaristas na pandemia levou o país a ter mais de 600 mil mortes.

“O povo é contra o governo Bolsonaro pelo conjunto de sua obra e não só pelo desastre econômico que vivemos. Também pela alienação total da realidade da equipe econômica e do Banco Central, que na contramão do mundo persistem numa política de juros altos para conter a inflação, levando o país a uma estagflação. O agravamento da situação social pelo desemprego, queda de renda e custo de vida altíssimo tiram qualquer possibilidade de uma reação eleitoral do governo e seu candidato”, ressaltou.

Dirce demonstrou não acreditar em chance de golpe militar. “Não haverá intervenção militar pelo simples fato de que a maioria da sociedade, inclusive das elites, sabe das consequências de um golpe e já tem a experiência da ditadura militar. E, agora, a experiência, também nada edificante, da participação de muitos militares no núcleo do governo. Ao contrário de serem exemplo de eficiência, acabaram, vários deles, por comprometer a imagem das Forças Armadas. Outro motivo pelo qual não haverá golpe é a falta de apoio internacional a um evento deste tipo, o que não quer dizer que não haja apoio a um candidato da direita ou mesmo a Bolsonaro em nível internacional”, explicou.

“Além disso, um golpe pode ser derrotado mais cedo ou mais tarde, como a história recente comprova aqui na nossa vizinha Bolívia. As consequências podem ser fatais para aqueles que violam a Constituição e podem significar uma nova fase de mudanças estruturais no Brasil. Basta lembrar que a Constituição de 1988 é filha da derrota da ditadura militar”, completou.

O artigo completo pode ser lido no Poder360

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