José Eduardo Cardozo diz que livro de Cunha é fantasioso e sem credibilidade

Atualizado em 17 de abril de 2021 às 17:35
O então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, recebe lideranças parlamentares e da sociedade pelo impeachment de Dilma

Originalmente publicado em CONJUR

“O livro é fantasioso e sem credibilidade. Ele acusa para não confessar seus malfeitos”, disse à ConJur José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça de Dilma Rousseff e advogado de defesa da então presidente no processo de impeachment, sobre o livro “Tchau, Querida: Diário do Impeachment”, escrito pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.

Citado 250 vezes pelo emedebista, segundo levantamento da coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Cardozo diz que a obra não fala de fatos reais. Segundo escreveu Cunha, o hoje advogado e professor era agente de Dilma na operação “lava jato”, trabalhando junto com o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para derrubá-lo da Presidência da Câmara, o que evitaria o afastamento de Dilma.

Em vários trechos, ainda segundo a colunista, Cunha afirma também que Lula não gostava de Cardozo e sempre tentava afastá-lo do governo Dilma. O ex-presidente teria inclusive defendido uma reforma ministerial para colocar Michel Temer no Ministério da Justiça. O então vice-presidente teria recusado, pois já estaria articulando para derrubar Dilma e assumir o cargo dela.

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Em um dos trechos, Cunha escreve que, em uma das conversas que teve com Lula, o ex-presidente, “contendo o choro”, afirmou que “o maior erro que ele havia cometido na vida foi ter permitido que Dilma se candidatasse à reeleição”.

“Ele acusa para não confessar seus malfeitos. Quanto a Lula pretender me afastar do Ministério da Justiça para colocar Temer no meu lugar, não passa de mais uma estória inverossímil, incompatível com a postura ética do estadista que Lula sempre foi”, completou Cardozo.

Condenado em três processos por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-deputado Eduardo Cunha cumpre atualmente prisão domiciliar.