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Jovem negro deveria ser testemunha e não investigado no caso da bicicleta elétrica, diz Marco Aurélio de Carvalho

Marco Aurélio de Carvalho. Foto: Divulgação

A respeito da investigação da polícia carioca, que apura a participação do jovem Matheus Ribeiro no crime de receptação, uma vez que houve a descoberta de que sua bicicleta elétrica, objeto da polêmica na qual foi envolvido por um casal racista no Leblon, era produto de  furto, o DCM ouviu o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas. Leia abaixo:

Recebemos com espanto e perplexidade a notícia de que o Matheus estaria sendo investigado por conta da compra dessa bicicleta elétrica. Se houve algum equívoco, seguramente não foi dele, mas sim de quem o vendeu, através de um site de classificados. O instrutor de surf comprovou a lisura dessa compra e, em relação a ele, devem ser afastadas quaisquer dúvidas.

Infelizmente, isso é mais um episódio triste e lamentável do racismo estrutural que o Brasil precisa enfrentar e que vem recorrentemente escondendo embaixo do tapete.

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Após ser vítima de racismo, jovem negro é investigado por origem da bicicleta

As autoridades policiais devem pedir desculpas ao jovem pelo constrangimento a que ele está sendo submetido.

O Brasil não enfrentou, como deveria enfrentar, as mazelas de seu racismo estrutural, que nos envergonha diante dos nossos cidadãos e diante do mundo.

Nosso sistema de justiça acaba trazendo contornos ainda mais graves, pra essa condição. Infelizmente, ele é seletivo,  tem cor, tem classe social, tem o alvo preferencial e nós sabemos disso.

O procedimento correto da autoridade policial seria pedir pra que o Matheus apoiasse as investigações na qualidade de testemunha, uma vez que comprovou a condição de adquirente de boa fé dessa bicicleta elétrica que teria sido objeto de furto.

Fernando Miller

Fernando Miller, paulistano, advogado, palmeirense

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