JP Morgan: Para investimentos, Brasil é uma “Miss Universo” entre os emergentes

Atualizado em 23 de novembro de 2023 às 18:46
Bandeira do Brasil e cédulas de dinheiro. Foto: Reprodução

A diretora e estrategista para Brasil e América Latina do JPMorgan, Emy Shayo Cherman, disse na manhã desta quinta-feira (23) que o Brasil é quase uma “Miss Universo” entre os países emergentes para investimentos globais.

A declaração ocorreu durante um evento da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi).

“Temos uma China desacelerando, problemas graves na Turquia, e na Argentina inflação acima de 100%”, afirmou.

Segundo a diretora do JPMorgan, esse cenário faz com que poucos mercados emergentes chamem a atenção de investidores. “A Índia é uma alternativa, mas é um país caro. O Brasil é mais barato que seus concorrentes. Sempre somos uma boa oportunidade”, pontuou.

Embora haja um cenário positivo para o Brasil, Emy Shayo ressaltou que o fluxo de investimentos dos países desenvolvidos costuma depender das condições e da liquidez da economia dos Estados Unidos.

A estrategista destacou que, até a metade desse ano, os investimentos em países emergentes somaram US$ 40 bilhões. Entretanto, a partir do segundo semestre, ocorreu um aumentos nos juros de longo prazo nos Estados Unidos, o que resultou na saída de US$ 35 bilhões do total de investimentos recebidos.

Emy Shayo Cherman, diretora e estrategista para Brasil e América Latina do JPMorgan. Foto: Leandro Fonseca/Exame

Para Emy Shayo, essa saída de capital foi observada não apenas nos ativos de renda variável, mas principalmente na renda fixa. “Na renda fixa talvez tenha sido até pior. Faz dois anos que temos visto muita saída de renda fixa de mercados emergentes”, disse.

Nesse contexto, a diretora apontou que, por mais que questões como os problemas fiscais ou de condução da política econômica, boa parte da influência sobre os preços de ativos doméstico decorre de fatores internacionais.

“Eu diria até que 80% da precificação que vemos em termos de mercado, depende dos mercados lá fora acima de tudo”, apontou.

Além dos EUA, Emy Shayo destacou que o desempenho econômico da China interfere nos ativos brasileiros. “Temos visto desconfiança em como os investidores têm se posicionado sobre a China. Mas é uma situação em que o Brasil se beneficia, mas também pode se prejudicar”, afirmou.

Quanto às projeções econômicas, a diretora do JPMorgan disse que espera um crescimento de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024, ante projeção anterior de 1,0%.

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