
O juiz acusado por Cafu de beneficiar indevidamente o leiloeiro responsável pela venda de sua mansão comprou dois carros do mesmo pregoeiro nos últimos anos. O caso envolve o magistrado Bruno Paes Straforini, da 1ª Vara Cível de Barueri (SP), e o leiloeiro Denys Pyerre de Oliveira, escolhido para conduzir o leilão do imóvel do ex-jogador, conforme informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo.
A primeira compra ocorreu em julho de 2021: um utilitário Volvo fabricado em 2018, adquirido da empresa Bom Capital Holding, de propriedade de Oliveira. O segundo negócio foi fechado em fevereiro de 2025, também envolvendo um Volvo, comprado diretamente da pessoa física do leiloeiro. Os valores das transações não foram divulgados.
O ex-lateral da seleção brasileira Cafu entrou com ação judicial, hoje em tramitação no Superior Tribunal de Justiça, alegando ter sido prejudicado pela escolha do leiloeiro.
Segundo a defesa, a mansão localizada em Alphaville (SP) foi leiloada em outubro do ano passado por R$ 20 milhões, valor que, segundo Cafu, seria metade do preço real de mercado. Ele busca a anulação da venda, realizada para pagamento de dívidas.
A ação aponta que Denys Pyerre de Oliveira foi escolhido 52 vezes pelo mesmo juiz para conduzir leilões, frequência considerada incomum por profissionais do setor. Os advogados do ex-jogador também sustentam que o leiloeiro foi selecionado mesmo cobrando comissão mais alta do que outro profissional indicado no processo.
O que dizem os citados
Em nota, o juiz afirmou que os dois veículos “foram adquiridos com grande intervalo de tempo, por meio de contratos regularmente firmados e mediante o devido pagamento dos valores, como atesta a documentação bancária pertinente, não havendo qualquer ilegalidade ou negociação escusa no caso”. O magistrado não esclareceu qual é sua relação com o leiloeiro.
A empresa de Denys Pyerre de Oliveira declarou que as transferências dos veículos “são operações absolutamente regulares, lícitas e encontram-se devidamente documentadas, tendo ocorrido estritamente dentro dos parâmetros legais”.
O leiloeiro afirmou ainda ser alvo de uma “campanha difamatória oportunista e orquestrada, promovida por concorrentes e por partes que, irresignadas com a perda de bens em processos judiciais legítimos, buscam macular sua reputação”.




