Juiz associa Lula ao CV e debocha da Defensoria após chacina no Rio

Atualizado em 30 de outubro de 2025 às 12:15
O juiz Guilherme Andrade, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Foto: Reprodução

O juiz Guilherme Andrade, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), fez publicações nas redes sociais em que associa o presidente Lula (PT) à facção criminosa Comando Vermelho (CV) e critica a Defensoria Pública da União (DPU) por ter se posicionado contra a letalidade da megaoperação policial realizada na terça-feira (28), no Rio de Janeiro.

Em seu perfil no Instagram, o magistrado compartilhou uma postagem com a nota da DPU, que repudiava o alto número de mortos na operação, e escreveu, de forma irônica: “A Defensoria sendo a Defensoria”.

Na nota, a Defensoria lembrou “que o Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADPF 635 (ADPF das Favelas), estabeleceu parâmetros claros para a atuação das forças de segurança pública em territórios vulneráveis e que o descumprimento dessas diretrizes representa grave violação a preceitos fundamentais e compromete a efetividade do Estado Democrático de Direito”.

Story do juiz Guilherme Andrade no Instagram. Foto: Reprodução

A operação, que aconteceu nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, deixou mais de 120 mortos, incluindo quatro policiais, e é considerada a mais letal da história do país.

Além da crítica à DPU, Andrade repostou um vídeo que coloca o presidente Lula em paralelo a traficantes do Comando Vermelho.

A montagem exibe uma fala do petista afirmando que “os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também”, seguida de imagens da operação no Rio com a legenda: “narcoterroristas do CV bombardeiam polícia com drone no RJ”.

Story do juiz Guilherme Andrade no Instagram. Foto: Reprodução

A chacina de Castro

A chamada Operação Contenção, comandada pelo governador Cláudio Castro (PL), foi deflagrada na última terça-feira (28) e resultou em dezenas de confrontos nas comunidades da Penha e do Alemão.

Durante a madrugada e a manhã do dia seguinte, moradores levaram cerca de 70 corpos até a Praça São Lucas, em protesto contra a ação. Os cadáveres, retirados de uma área de mata na Serra da Misericórdia, foram deixados enfileirados no chão.

Corpos enfileirados em praça na Penha, Zona Norte do Rio. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress