
O juiz Guilherme Rodrigues de Andrade, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), privou sua conta no Instagram após a publicação de uma matéria pelo portal Migalhas. O site havia noticiado que o magistrado compartilhou vídeos e comentários sobre a operação policial que deixou mais de 120 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.
Em nota, Andrade reagiu, afirmando que o Migalhas “fez uma postagem irresponsável”. O juiz negou ter associado o presidente ao Comando Vermelho e o portal afirmou que apenas descreveu o conteúdo dos stories publicados pelo magistrado, um dos quais trazia um vídeo que fazia essa associação de forma maliciosa. “A reportagem foi meramente descritiva, fiel à cronologia das postagens”, respondeu o site.

Após a repercussão, o magistrado apagou suas publicações e explicou o motivo. “Considerando a linha tênue que pode existir entre uma crítica relacionada à questão de segurança pública e qualquer atividade política, entendi por bem apagar a postagem”, afirmou em nota.
Os posts foram feitos depois que a Defensoria Pública da União (DPU) divulgou uma nota de repúdio à letalidade da operação policial. Em resposta, o juiz ironizou a instituição, escrevendo: “A Defensoria sendo a Defensoria”.

A publicação foi deletada, mas já havia circulado entre seus seguidores. Além da crítica à DPU, Andrade republicou um vídeo que colocava o presidente Lula lado a lado com traficantes do Comando Vermelho.
O vídeo mostrava uma fala do petista sobre a responsabilidade dos usuários de drogas, seguida de imagens da operação no Rio e da legenda: “narcoterroristas do CV bombardeiam polícia com drone no RJ”.
Apesar das críticas, a publicação original do Migalhas gerou apoio ao juiz entre parte dos leitores, que elogiaram sua “coragem” e alinhamento político. Ainda assim, ele preferiu apagar todo o conteúdo e privar o perfil na rede social.

