
A juíza Mônica Guimarães, responsável pela audiência de custódia, concedeu liberdade provisória a Arilson Strapasson nesta sexta-feira (4), segundo o repórter do Correio Braziliense Renato Souza. O fazendeiro foi preso na quinta-feira (3) por ameaçar a atirar no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Santarém. As ameaças aconteceram nas vésperas da visita de Lula à região. Durante um evento em Parintins, o presidente afirmou que não tem “medo de cara feia”.
Arilson Strapasson reside no município de Novo Progresso, no sudoeste do Pará, mas seu advogado afirmou que ele permanecerá em Santarém para resolver a questão. “A Justiça entendeu que não havia motivo para manter a prisão porque não houve comprovação de que meu cliente tenha de fato feito a ameaça de atirar no presidente. O que houve foi uma denúncia que deverá ser investigada”, disse Renato Martins, conforme noticiou o portal BT Mais.
A decisão da juíza Mônica Guimarães levou em conta a falta de elementos que comprovassem a veracidade da ameaça, e como resultado, o bolsonarista terá a oportunidade de responder ao processo em liberdade. O advogado informou que aguarda a comunicação oficial da Justiça ao Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura para que seu cliente seja solto.
Justiça Federal do Pará manda soltar o fazendeiro milionário, ligado ao garimpo, que ameaçou "atirar na barriga" do presidente Lula. Petista estará no estado na próxima semana para a Cúpula da Amazônia.
— Renato Souza (@reporterenato) August 5, 2023
Segundo a Polícia Federal, ele teria admitido ter sido envolvido na invasão e depredação do salão verde da Câmara dos Deputados durante os atos golpistas de 8 de janeiro. Outra confissão que o bolsonarista teria feito, é a de que ele contribuiu por cerca de dois meses financiando os acampamentos em frente ao exército após as eleições com a ajuda financeira de R$ 1 mil por dia.
Além disso, Strapasson já foi autuado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e levou multas de R$ 625 mil por desmatamento na Amazônia. Outro crime cometido pelo bolsonarista seria o de garimpo ilegal na Floresta Amazônica.
Ele recebeu duas multas: uma de R$ 235 mil em 2015 e outra de R$ 390 mil em 2020. O Ibama não confirmou se elas foram pagas, mas elas geraram dois embargos e duas autuações.
Uma das áreas embargadas tem 77 hectares e fica em Novo Progresso. A ação civil pública foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF) e ele foi defendido por advogada nomeada pela Justiça por não ter “condições de arcar com advogado particular”.