Justiça de SP determina penhora de contas de bolsonarista que atacou Lula na morte do neto

Atualizado em 19 de setembro de 2023 às 11:13
Ao chegar ao local do velório do neto, o ex-presidente acenou para o público, enquanto a PM montou uma cordão de isolamento. Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

A Justiça de São Paulo decidiu pela penhora das contas bancárias de Rozilma Kreutzer, que foi condenada após fazer um ataque a Luiz Inácio Lula da Silva nas redes sociais, logo após a divulgação da morte de Arthur Araújo Lula da Silva, neto do ex-presidente, em março de 2019.

Rozilma, que utiliza o nome Rosi Otto nas redes sociais e expressa seu apoio ao presidente Jair Bolsonaro, postou o seguinte comentário na ocasião: “Lamento, sim, a morte de Arthur, assim como lamento a morte de todas as crianças que o molusco matou por meio da corrupção.”

Como resultado do processo movido por Lula, Rozilma foi condenada em agosto do ano passado a pagar uma indenização de R$ 2.334,21, que inclui honorários advocatícios e foi atualizada desde então.

O juiz Fernando Domingues Ladeira, ao proferir a sentença, afirmou que o “texto atentou contra a dignidade de Lula, aproveitando-se da sua dor para buscar popularidade na internet”.

Ele ainda ressaltou que Rozilma “maculou” a imagem do ex-presidente ao atribuir a ele o crime de corrupção e homicídio de crianças, alegando que tal comportamento não está protegido pela liberdade de expressão. Segundo o magistrado, a mensagem tinha como objetivo aumentar a dor da perda do neto.

02.mar.2019 - Luiz Inácio Lula da Silva entra em um carro para ir ao cemitério em São Bernardo do Campo onde seu neto, Arthur, foi velado
Luiz Inácio Lula da Silva entra em um carro para ir ao cemitério em São Bernardo do Campo onde seu neto, Arthur, foi velado. Foto: Reprodução

Após conhecer o processo, Rozilma manifestou nas redes sociais: “já não me importo mais se vou me arrebentar ou não. Não me importo mais com o que possa acontecer comigo. Já fui processada pelo 10-1 dedos. Se o meu presidente se arrisca, tenho o dever de apoiá-lo e me arriscar também. Não fui educada para ser covarde”.

A Defensoria Pública, responsável pela defesa de Rozilma no processo, argumentou que a manifestação tinha cunho meramente político e não pretendia prejudicar a imagem do jovem falecido no triste episódio.

Figuras públicas devem suportar a fama e, especialmente na política, as narrativas de vertentes contrárias que lhe atribuem desvios, sob pena de mácula ao Estado Democrático de Direito e ao exercício da plena cidadania com liberdade de expressão”, declarou a Defensoria à Justiça.

O processo já transitou em julgado, o que significa que não há mais possibilidade de recurso em relação ao mérito. Como Rozilma não efetuou o pagamento da indenização determinada, suas contas bancárias foram bloqueadas em 6 de setembro.

Participe de nosso grupo no WhatsApp,clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram,clique neste link