A Justiça paraguaia mandou confiscar os bens do doleiro Dario Messer, alvo da Lava Jato por suspeita de liderar rede de lavagem de dinheiro. A decisão atende a pedido de assistência jurídica feito por autoridades brasileiras em 2019, quando foi descoberto que ele mantinha um patrimônio milionário fora do país.
A determinação judicial atinge ativos do doleiro e de três empresas ligadas a ele. Foram confiscados 109 imóveis, nove tratores, nove carros e uma aeronave. A lista de itens é avaliada em US$ 150 milhões e ainda inclui, segundo o Ministério Público Federal (MPF), fazendas e milhares de cabeças de gado.
O confisco será usado para o ressarcimento aos cofres públicos, segundo a procuradoria, e o montante será dividido entre o Brasil e o Paraguai. O doleiro ainda pode entrar com recurso na Justiça.
Messer foi um dos principais alvos da Lava Jato do Rio de janeiro e foi investigado na operação “Câmbio, Desligo” por suspeita de liderar uma rede de lavagem de dinheiro por meio de operações dólar-cabo. Ele foi condenado por participação em esquema que incluía o recebimento de US$ 100 milhões em propina.
O doleiro também foi alvo das operações “Marakata”, que apurava o contrabando de pedras preciosas, e “Patron”, que investigava organização criminosa que o ajudou a fugir do Brasil. Ele fechou um acordo de delação com o MPF em 2020 e se comprometeu a devolver R$ 1 bilhão aos cofres públicos, além de cumprir 18 anos e nove meses de prisão.
Ele responde a sete ações penais na Justiça Federal do Rio de Janeiro, todas abertas a partir de desdobramentos da Lava Jato. Messer é conhecido como “doleiro dos doleiros” e, segundo o MPF, lidera “uma organização criminosa destinada a evasão de divisas e branqueamento de capital decorrente de crimes contra a administração pública (corrupção) a partir do Brasil”.