Justiça Eleitoral suspende perfil de Pablo Marçal no Instagram após laudo falso contra Boulos

Atualizado em 5 de outubro de 2024 às 16:29
Pablo Marçal. Foto :Divulgação

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) determinou a suspensão do perfil de Pablo Marçal (PRTB) no Instagram, após a divulgação de um laudo médico falso que acusava o candidato Guilherme Boulos (PSOL) de sofrer um surto psicótico por uso de cocaína. A decisão foi tomada pelo juiz Rodrigo Capez, que ordenou que a conta do coach ficasse inacessível por 48 horas.

Na sentença, o juiz Capez determinou que a plataforma Instagram tornasse a conta de Marçal indisponível para todos os usuários, incluindo o próprio candidato, em até duas horas. Caso a ordem não seja cumprida, a empresa poderá sofrer um bloqueio imediato de R$ 200 mil.

A medida está fundamentada no Código de Processo Civil e em resoluções eleitorais, sendo uma resposta rápida às ações dele na reta final do processo eleitoral. A suspensão do perfil de Marçal foi motivada pela disseminação de um laudo médico falso que acusava Guilherme Boulos de ser dependente químico e estar em “surto psicótico grave”.

Segundo o magistrado, a intenção clara da divulgação era interferir no resultado das eleições, utilizando-se de uma notícia sabidamente inverídica. O documento falso, atribuído a um médico já falecido, circulou amplamente nas redes sociais e causou grande repercussão.

Diante da gravidade do ataque, os advogados de Guilherme Boulos apresentaram uma notícia-crime à Polícia Federal na madrugada deste sábado (5), solicitando a prisão preventiva de Pablo Marçal. A defesa do deputado acusa o candidato do PRTB de falsificação de documento médico, uso de documento falso, calúnia, difamação e disseminação de fake news em período eleitoral.

Falso laudo médico contra Boulos. Foto: Divulgação

O laudo, assinado por um médico falecido, foi classificado como uma tentativa de influenciar o eleitorado de forma criminosa. Além de pedir a prisão preventiva de Marçal, a equipe de Boulos busca a cassação de sua candidatura por meio de ação judicial, acusando-o de abuso de poder e associação criminosa. O documento em questão, que afirma que Guilherme Boulos estaria internado em uma clínica médica após um surto, foi prontamente desmentido.

O suposto laudo é assinado pelo médico José Roberto de Souza, já falecido, e apresenta diversas irregularidades, como um RG incorreto de Boulos e uma assinatura divergente da original. A clínica mencionada no laudo é de propriedade de Luiz Teixeira da Silva Junior, que já foi condenado por falsificar diplomas de medicina.

A defesa de Boulos argumenta que não há como o documento ser autêntico, e que Marçal teria divulgado o conteúdo falsificado mesmo ciente de sua inveracidade, em uma tentativa de causar danos irreversíveis à imagem de seu adversário.

O uso de fake news no contexto eleitoral é uma das maiores preocupações da Justiça Eleitoral brasileira. A disseminação de informações falsas como estratégia de campanha, especialmente tão perto do dia da votação, pode gerar consequências severas para os candidatos envolvidos.

Com o pleito marcado para este domingo (6), o impacto das ações judiciais sobre a campanha de Marçal ainda é incerto, mas a possibilidade de sua cassação está sendo discutida.

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