Justiça manda soltar sobrinha do “Tio Paulo”, mas a torna ré por tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver

Atualizado em 2 de maio de 2024 às 12:33
Érika Souza leva cadáver do tio, Paulo Roberto Braga, para sacar empréstimo em banco no RJ. Foto: Reprodução

A Justiça do Rio de Janeiro decidiu hoje pela soltura de Erika de Souza Vieira, que estava detida há mais de duas semanas após ser encontrada em uma agência bancária do Rio ao lado do cadáver de Paulo Roberto Braga, o “tio Paulo”, em uma cadeira de rodas, enquanto tentava sacar um empréstimo de R$ 17 mil.

A decisão de soltura veio após pedido da defesa de Erika pela revogação da prisão preventiva. A juíza Luciana Mocco, da 2ª Vara Criminal de Bangu, determinou medidas cautelares, como o comparecimento mensal à Justiça e a proibição de ausentar-se da cidade por mais de sete dias sem autorização.

Erika agora é ré e responderá por tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver, conforme a denúncia do Ministério Público, e poderá ser investigada por homicídio culposo. A defesa de Erika se pronunciou sobre a decisão da Justiça, expressando gratidão pelo apoio recebido.

“A defesa pretende comprovar que ela [Erika] estava em estado de negação e que não houve nenhum desses crimes que ela está sendo acusada, ou seja, trazer à luz a situação dela no momento do fato. Ela fazia tratamento psicológico e psiquiátrico”, pontuou a advogada Ana Carla de Souza Correa em entrevista à Folha de S.Paulo.

“A denunciada, consciente e voluntariamente, vilipendiou o cadáver de Paulo Roberto Braga, seu tio e de quem era cuidadora, ao levá-lo à referida agência bancária e lá ter permanecido, mesmo após a sua morte, para fins de realizar o saque da ordem de pagamento supramencionada, demonstrando, assim, total desprezo e desrespeito para com o mesmo”, diz a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Além de orientar que Erika seja julgada pelos crime mencionados, o MPRJ manifestou-se contra um pedido de liberdade provisória, argumentando que Erika demonstrou desprezo pelo tio ao permanecer na agência após sua morte.

A denúncia também destacou a condição de saúde debilitada de Paulo nos dias anteriores ao ocorrido, “sendo certo que estava bastante debilitado, o que facilmente se verifica, notadamente, diante do depoimento prestado pelo médico da Unidade de Pronto Atendimento”.

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