Justiça manda Tarcísio instalar câmeras em todas as operações da PM

Atualizado em 22 de setembro de 2023 às 13:42
Câmeras acopladas aos uniformes contribuíram para a diminuição da letalidade policial em SP
Foto: Reprodução

A Justiça de São Paulo determinou que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) use câmeras corporais em “todas” as operações policiais que “que tenham por finalidade responder a ataques praticados contra policiais militares”. O responsável pela decisão é o juiz Renato Augusto Pereira Maia, da 11ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo. A informação é da coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.

O juiz ainda mandou policiais se certificarem de que as câmeras estejam “carregadas durante toda a sua atuação” e proibiu que agentes sem o equipamento participem de operações. Na decisão, há também o estabelecimento de uma multa de R$ 10 mil a cada policial que descumprir a determinação.

As obrigações impostas pela Justiça valem para a Operação Escudo, que ocorreu na baixada Santista após a morte do policial Patrick Barros Reis, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) e devem ser seguidas em todas as “operações denominadas Escudo, ainda que assim não nomeadas”.

Na semana passada, o juiz Josué Vilela Pimentel já tinha determinado que o governo instalasse câmeras no uniforme de todos os PMs, mas deu um prazo de 90 dias para o cumprimento da medida. A determinação desta sexta (22) é uma decisão liminar e deve ser cumprida imediatamente. 

O juiz responsável pela liminar atendeu a pedido da Defensoria de São Paulo e da organização Conectas Direitos Humanos. A Operação Escudo já resultou na morte de 28 pessoas, que foram vítimas de disparos de policiais na baixada Santista.

Agentes do Baep de costas durante operação
Movimentação de agentes do Baep durante Operação Escudo – Foto: Danilo Verpa/Folhapress

Na decisão, o magistrado citou que 50% do contingente policial tem câmeras acopladas e que 10.125 delas estão funcionando. O número, segundo ele, seria o suficiente para que todos os 200 policiais da Operação Escudo usassem o equipamento, “de forma que não convence o argumento estatal de falta de recursos”.

Há diversos relatos de execuções sumárias, tortura, invasão e destruição de domicílios e outros excessos de policiais na região. O juiz diz que o processo mostra “violação de direitos a grupos especialmente vulneráveis”.

“Há necessidade de garantia de moderação nos meios, bem como de coibir abusos e eventuais vítimas civis que, em meio a uma operação, por vezes acabam sofrendo com a atuação estatal. Basta lembrar os inúmeros casos em que, durante confronto policial, vítimas inocentes são atingidas”, aponta o juiz na decisão.

Para ele, o uso de câmeras é eficiente “na identificação de fatos” e deve ser usada para “conferir controle e transparência às Operações e legitimar a atuação policial”. 

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