A Justiça determinou a suspensão do Telegram no Brasil por recusa em entregar dados sobre grupos neonazistas na plataforma à Polícia Federal. Segundo a Diretoria de Inteligência da corporação, as empresas de telefonia Vivo, Claro, Tim e Oi, além de Google e Apple, serão notificadas sobre a suspensão do aplicativo ainda na tarde desta quarta (26).
A empresa que controla a plataforma chegou a entregar dados sobre o grupo após ameaça de suspensão, mas as informações foram insuficientes para a Justiça. A determinação ocorre após a PF identificar que o autor de um ataque a escola em Aracruz (ES) interagia com grupos que compartilhavam conteúdos antissemitas na plataforma.
A PF quer contatos e dados dos integrantes e administradores de grupos de conteúdos neonazistas, o que não foi entregue. Além da suspensão do Telegram, a Justiça ampliou a multa aplicada à empresa de R$ 100 mil para R$ 1 milhão por dia de recusa em fornecer as informações.
O envolvimento de grupos extremistas em casos de ataques a escolas vem sendo investigado pelo Ministério da Justiça desde o caso de Aracruz. O titular da pasta, Flávio Dino, determinou a investigação de células que fazem apologia ao nazismo e disse ter descoberto uma conexão entre os espaços e adolescentes com comportamentos violentos em escolas.
“Nós tivemos uma operação em que houve um agrupamento em que havia, inclusive, no domicílio bandeiras com suásticas. Eles estavam sediados em São Paulo e Goiás recrutando jovens no Maranhão. Recrutando jovens para a prática de violência em escolas. A denúncia veio desses jovens dizendo que estavam sendo assediados pela internet”, afirmou o ministro.