Justiceiros argentinos fazem com Cristina o que o lavajatismo fez com Lula. Por Moisés Mendes

Atualizado em 10 de junho de 2025 às 23:33
Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina. Foto: Reprodução

Aconteceu com Cristina Kirchner o que o lavajatismo havia feito com Lula em 2018. Às vésperas da eleição de setembro, quando a ex-presidente esperava ser eleita deputada por Buenos Aires, a Justiça determina sua prisão por uma condenação do ano passado a seis anos de cadeia.

Cristina, condenada por corrupção pela Suprema Corte tomada por juízes de direita e de extrema direita, a maioria com vínculos com o macrismo, tem cinco dias para se apresentar e ser encarcerada. Pode acontecer na Argentina, como reação popular, o que nunca acontece no Brasil.

Em Ortigueira, Lula agradece MST por vigília nos 580 dias de prisão em Curitiba. Foto: Divulgação

Lula teve a vigília de Curitiba. A prisão de Cristina pode mobilizar o peronismo para algo muito maior. Há tensão em Buenos Aires.

Os argentinos não precisam dos nossos conselhos para saber o que fazer. Até porque aqui, hoje, a democracia depende mais de Alexandre de Moraes e de Lula do que de partidos, sindicatos, universidades, estudantes e movimentos sociais.

É a realidade brasileira, com suas exceções. Mas exceções não seguram uma democracia.
O jornal direitista La Nación estampa na capa que é o fim de uma era. Foi o que Folha, Globo e Estadão anunciaram quando encarceraram Lula para que a extrema direita chegasse ao poder.

Que a prisão de Cristina, se acontecer (a defesa tentará a prisão domiciliar), acorde e reabilite um país sequestrado pelo fascismo de um vigarista envolvido com as máfias das criptomoedas. Assim como a prisão de Lula acordou o Brasil.

Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/