Juventude do PT pede abertura de processo contra Washington Quaquá

Atualizado em 21 de dezembro de 2025 às 12:22
prefeito de Maricá, Washington Quaquá, de roupa social branca, falando em microfone, sério, sem olhar para a câmera
O prefeito de Maricá, Washington Quaquá – Reprodução

O Congresso Nacional da Juventude do PT aprovou, na última sexta-feira (19), uma moção que solicita a abertura de procedimentos no comitê de ética do partido contra o prefeito de Maricá, Washington Quaquá. A deliberação ocorreu durante o encontro nacional do segmento e foi registrada em documento oficial encaminhado à direção partidária.

Quaquá já responde a três pedidos apresentados ao comitê de ética da legenda. As representações têm como base elogios feitos pelo prefeito a uma ação policial realizada no estado do Rio de Janeiro, em outubro, que resultou em mais de 120 mortes, segundo dados divulgados à época. As declarações motivaram reações internas e passaram a integrar os questionamentos formais contra o dirigente.

As falas do prefeito ocorreram durante um seminário promovido pelo PT sobre segurança pública no Rio de Janeiro, realizado nos dias 1º e 2 de dezembro. O evento reuniu dirigentes, parlamentares e militantes para discutir políticas de enfrentamento à violência no estado. Trechos das declarações de Quaquá, que é um dos vice-presidentes da sigla, circularam posteriormente em redes sociais e em grupos internos do partido.

No texto da moção aprovada, a juventude do PT afirma que o prefeito tem adotado um discurso que, segundo o documento, contraria os preceitos partidários. A moção sustenta que não houve, até o momento, providências internas proporcionais às declarações atribuídas a Quaquá, o que motivou o pedido formal de apuração pelos órgãos partidários competentes.

Procurado por meio de sua assessoria, o prefeito reagiu às críticas e questionou a iniciativa do segmento jovem do partido. Em nota, afirmou que o PT não pode ser polarizado por uma “juventude de classe média alta, universitária, que não vive a realidade do povo e idealiza a bandidagem”, posicionando-se contra o teor da moção aprovada.

Na mesma manifestação, Quaquá declarou que jovens negros e moradores de favelas estão entre as principais vítimas da violência no Brasil. Segundo ele, causa “espanto e surpresa” o fato de representantes da juventude do partido defenderem punição interna em razão de seu posicionamento sobre segurança pública e criminalidade.

O pedido de abertura de procedimento será analisado pelas instâncias internas do PT responsáveis pela condução de processos disciplinares. Até o momento, o partido não divulgou prazo para a avaliação da nova moção nem informou se os pedidos serão unificados ou analisados separadamente pelo comitê de ética.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.