Kakay rebate Eduardo Bolsonaro após ameaça: “Não vou bater boca com o desesperado”

Atualizado em 22 de maio de 2025 às 20:42
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro. Foto: Henrique Rodrigues/Revista Fórum

O deputado federal fugitivo Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se encontra nos Estados Unidos em um autoproclamado “autoexílio”, reagiu com uma ameaça velada a declarações feitas pelo advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, um dos juristas mais respeitados do país.

Em artigo publicado em diversos veículos, entre eles o DCM, Kakay criticou duramente a atuação do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro no exterior, classificando como crime as tentativas de Eduardo de pressionar o governo norte-americano a impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“É inadmissível que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal não tomem nenhuma atitude”, afirmou Kakay, destacando a gravidade de um parlamentar brasileiro — ainda que licenciado — articular pressões internacionais contra um magistrado da Suprema Corte.

A resposta de Eduardo veio em tom intimidatório. Em uma publicação em sua conta na rede social X (antigo Twitter), ele compartilhou uma imagem da matéria da Fórum, que também veiculou o texto do criminalista, com a seguinte legenda: “Kakay, cuidado com seus diálogos cabulosos com os tiranos de ocasião, pode acabar se enrolando…”

O comentário, embora mal articulado e com léxico pretensamente rebuscado — característica marcante dos filhos de Bolsonaro nas redes sociais —, carrega um evidente teor de ameaça, sugerindo represálias contra o jurista por sua postura crítica.

Postagem de Eduardo Bolsonaro no X ameaçando Kakay. Reprodução

“Não vou bater boca com o desesperado”, diz Kakay

Procurado pelo Diário do Centro do Mundo (DCM), Kakay preferiu não prosseguir no embate, mas fez questão de apontar o contexto de desespero no qual, segundo ele, Eduardo Bolsonaro se encontra.

“Aqui entre nós, eu não vou respondê-lo porque eu entendo o desespero, né? Imagina que é um homem que teve o poder dele, que teve acesso a poder, dinheiro, prestígio, sem nenhuma preparação intelectual. Tá vendo agora que o pai deve ser preso desde 3, 4 meses, há 30 anos de cadeia. Os principais assessores vão ser todos presos”, diz.

O jurista reforçou que a atuação de Eduardo no exterior configura crime e deve ser investigada com rigor: “Ele cometeu crime. Ele saiu do Brasil, procurou um governo de outro país para poder interferir no poder judiciário brasileiro. Isso é um crime óbvio.”

“Então, eu prefiro não entrar em qualquer debate com ele. Ele hoje está num momento de muito desespero, é normal. Imagina o pai dele acordando de manhã, ligando para o advogado e perguntando: ‘O que que você acha?’ Ele falou: ‘Não, vai ser condenado a 30 anos. Vai estar preso em outubro.’ Assim como o general Braga Netto já está preso, esse grupo mais próximo vai estar todo preso, né? […] Eu não vou bater boca com o desesperado”, afirma.

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